Fernando Santos mantém em segredo a próxima época

25 mai 2001, 17:05

Discurso do treinador apresenta algumas pistas Apesar de não se recusar a falar sobre o assunto, o técnico portista diz que «a devido tempo isso será reolvido». Sobre o que falhou na época, Santos diz que «a questão está no título».

A continuidade de Fernando Santos como treinador do F.C. Porto continua a ser uma grande incógnita, mas há alguns aspectos do discurso do técnico que fazem antever uma saída previsível no final do mês de Junho, quando terminar o seu vínculo contratual. 

Aceitando falar sobre o assunto, apesar de algumas reservas, Santos aceitou fazer, também, uma balanço de toda a época e do seu trabalho ao longo dos três anos que passou nas Antas. Quase como numa despedida. 

Começou por dizer que «não há razão nenhuma para pensar na próxima época», porque tem contrato até final da época. «Não é um tabu», mas também não é um assunto para ser falado agora, pois «a devido tempo será resolvido». Sem saber quem será, apenas existe a certeza que «no dia 1 de Julho o F.C. Porto terá treinador». 

Um dos problema poderá estar no «desgaste natural» de um treinador, embora gostasse de permanecer no clube, pois confessa ter sido «sempre bem tratado». A não obtenção do título também poderá forçar o clube a encontrar outra solução, apesar de esta época ter sido «muito positiva». Para além disso, «a análise de quem alguém perdeu alguma coisa é demasiado fria, pois devia pensar que alguém ganhou algo». Fernando Santos acredita que neste campeonato isso voltou a suceder. 

Neste aspecto, considera que «o ideal seria que os treinadores ficassem duas épocas nos clubes», mas no caso do F.C. Porto foi o projecto que o seduziu, pois não sente na rua que as pessoas sintam esse desgaste de imagem. 

«A questão está no título» 

«Acho que alguém ganhou. O F.C. Porto faz melhor do que no passado, caso vença o Boavista no domingo, pois fica a apenas dois pontos do tetra. Para além disso, chegou aos quartos-de-final da Taça UEFA, que nunca tinha conseguido, e manteve-se em todas as frentes. A questão está no título, mas ninguém se pode esquecer que entraram uma série de jogadores novos (a equipa do penta não tem nada a ver com esta) e a renovação está a fazer-se», referiu, recordando, ainda que, na época do pentacampeonato, «a equipa foi eliminada na Taça de Portugal e na primeira eliminatória da Liga dos Campeões». 

As explicações para o que falhou esta época são simples. O F.C. Porto realizou «muito mais jogos que a concorrência», em Janeiro cumpriu «sete jogos em 13 dias» e neste período houve algumas más exibições. «Em Leiria jogámos muito mal e em Belém também não estivemos bem. Perdemos em Braga, onde não fizemos uma exibição, assim como no Bessa. Para além disso, tivemos três jogos com muita infelicidade, primeiro na Luz, com três bolas nos postes; com o Belenenses nas Antas, em que falhámos dois penalties; finalmente, em Paços de Ferreira, que foi uma grande jogo de parte a parte e quando estava quase a terminar falhámos uma oportunidade clara e o Paços marcou. Em nove pontos, fizemos um. Se tivessemos feito mais a conversa agora seria muito diferente, por isso acho que o F.C. Porto não fez tanto quanto podia», analisou. 

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