Fernando Santos assume mudança estratégica

12 abr 2001, 15:10

Treinador do F.C. Porto fala do 4x4x2 que o tem levado ao sucesso Os últimos dois jogos trouxeram vitórias, mas a ambição da equipa é ganhar todas as jornadas até ao final do campeonato, o que permitiria alcançar um recorde de nove triunfos consecutivos. Para Fernando Santos, o título é possível, desde que o Boavista tenha «um ligeiro deslize»

Numa altura em que é proibido falhar, o treinador do F.C. Porto olha em frente e acredita ainda ser possível chegar ao título. Para Fernando Santos, basta que o Boavista tenha um ligeiro deslize para que a sua equipa passe a estar matematicamente habilitada a ser campeã. Por isso, acredita que os seus jogadores transformem em vitórias todas as jornadas até final do campeonato, o que se traduziria num novo recorde de nove jogos sempre a ganhar depois de já esta época ter vencido sete encontros consecutivos. 

Decisivamente motivado para a prossecução do objectivo final da temporada, Fernando Santos tem-se visto obrigado a efectuar algumas alterações no «onze», devido a algumas lesões e quebras de forma. Curiosamente, agora está a adoptar a mesma táctica (4x4x2) que afastou a equipa da Liga dos Campeões, mas com outros resultados práticos. 

«A determinada altura, com a disponibilidade que tinha dos jogadores, entendi que esta era a melhor forma de abordar o jogo, por isso alterei a posição estratégica da equipa», começou por referir, assumindo a mudança de estratégia: «Tem tudo a ver com a mudança estrutural e até anímica, foi nesse sentido. Não quer dizer que não volte ao anterior modelo ou, mesmo, implementar um terceiro. O que mudou essencialmente foi a necessidade de adaptar a táctica aos intervenientes, pois não vamos esperar «ad eternum» até que as coisas voltem a ser como dantes».  

Com os resultados positivos a aparecerem, a equipa também tem demonstrado uma postura diferente. Para o treinador é «perfeitamente natural que a equipa esteja melhor», dado que agora já não é necessário jogar duas vezes por semana, o que liberta os jogadores de uma maior «carga resistiva» e os lança para níveis mais aceitáveis em termos de velocidade de jogo.  

Neste momento «a forma dos jogadores não passa apenas por estarem aptos clinicamente», mas se têm índices físicos condizentes com as exigências competitivas. «Enquanto que num passado recente jogávamos ao domingo e à quarta, bastava o aspecto do clinicamente apto para jogar ou não jogar, porque os índices físicos eram dados pelo jogo. Era o jogo que marcava o treino e a condição física dos jogadores. O treino era o jogo e o jogo era o treino. Agora já não é assim, pois jogamos uma vez por semana», recorda o treinador. 

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