BE acusa "aprendiz de Bolsonaro" Ventura de falar de condicionamentos inexistentes

Agência Lusa , MM
4 mar, 15:08

Em causa uma publicação no X por parte de um militante do BE de serviço às mesas de voto, que escreveu que os votos no Chega e na AD não iam contar

A coordenadora bloquista criticou, esta segunda-feira, as declarações de “aprendiz de Bolsonaro” de André Ventura sobre “ilusões de condicionamentos” das eleições, assegurando que o BE já tinha resolvido a “piada de mau gosto” nas redes sociais antes de o Chega a denunciar.

Mariana Mortágua esteve esta manhã em Setúbal para denunciar o “mar de cimento” em que se transformou Troia, tendo sido questionada, a bordo do barco em que fez a viagem, sobre a polémica da noite anterior que envolveu um militante do BE, ao dizer nas redes sociais que se preparava para anular os votos no Chega.

“Parecem-me declarações de aprendiz de Bolsonaro sobre supostas ilusões de condicionamentos que não existem”, começou por responder.

De acordo com a líder bloquista, “houve um militante do Bloco de Esquerda que fez uma piada de mau gosto e, por isso, foi contactado imediatamente para apagar essa piada de mau gosto das redes sociais”.

“Foi contactado e solicitado para que pudesse pedir dispensa da sua participação nas mesas de votos, coisa que acedeu. Esse pedido já foi feito, já foi respondido e o assunto está encerrado”, enfatizou.

Mortágua rejeitou ainda que a ação do BE tenha decorrido da denúncia do presidente do Chega porque, segundo a líder bloquista, quando André Ventura prestou as suas declarações na véspera, “já o pedido de dispensa tinha sido feito”.

O pedido já foi respondido e, portanto, esse elemento já não estará nas mesas eleitorais, assegurou ainda.

"Portugal precisa de um debate democrático, de um debate sobre propostas, de um debate claro e tranquilo e não destas suspeitas que são lançadas ao ar sem nenhuma razão, sem nenhuma justificação. A CNE tem que fazer o seu trabalho e parte do seu trabalho também é tranquilizar as pessoas relativamente a aprendizes de Bolsonaro que vêm a Portugal colocar em causa eleições livres e que acontecem sempre de forma ordeira e que são um grande momento da democracia", defendeu.

A líder do BE acusou a extrema-direita de "lançar suspeitas sobre processos democráticos" sem qualquer "pejo, problema ou pudor", dando os exemplos de Bolsonaro no Brasil ou Trump nos Estados Unidos.

"Dão-se mal com processos democráticos, não gostam, não os respeitam e por isso acham que é possível lançar suspeitas", condenou.

A bloquista prometeu "defender as eleições em Portugal", assegurando que o partido estará neste ato eleitoral para afirmar que este decorre "sempre da forma com maior lisura e assim tem de ser".

"Eu tudo farei e a contribuição do Bloco para esta campanha é para que esta seja uma campanha de elevação do debate político e de proposta", assegurou, assegurando que "o processo eleitoral não está em questão e não se deve fazer nada para dizer aos portugueses que está".

No domingo à noite, fonte oficial do BE já tinha, em declarações à Lusa, condenado a "piada de mau gosto" deste elemento que iria estar nas mesas de voto em Aveiro.

Esta resposta surgiu depois da denúncia feita na noite de domingo pelo presidente do Chega, André Ventura, que mostrou a publicação de uma pessoa que identificou como membro do BE, afirmando que se preparava para considerar nulos os votos no Chega e na AD.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

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