Doping: Bernardo Vasconcelos diz que há um ataque organizado

26 fev 2002, 17:07

Médico do Benfica não esconde revolta O médico do Benfica condenou o clima de suspeição lançado sobre os médicos sobre o doping no futebol

Bernardo Vasconcelos, médico do Benfica, condenou nesta terça-feira o clima de suspeição lançado sobre os médicos a propósito dos processos de doping no futebol.

Numa conferência de imprensa da Associação dos Médicos de Futebol (AMEF), o clínico encarnado disse que as suspeitas levantadas «são atentatórias da dignidade médica» e acrescentou que «existe um ataque organizado» contra os profissionais da classe ligados ao futebol.

«Não entendo como uma pessoa acusa os médicos mas não diz nomes», clamou Vasconcelos, numa clara referência ao presidente do Instituto Nacional do Desporto (IND) e da Comissão Nacional de Anti-Dopagem (CNAD), Manuel Brito. «Se há suspeitos então indique-os. É preciso chamar as coisas pelos nomes. Não se pode levantar suspeitas sem as comprovar», disse o médico do Benfica.

Gomes Pereira, médico do Sporting, referiu que o que faz «correr» os médicos é a busca pela apuramento da verdade. «A questão que se coloca é o esclarecimento absoluto de uma situação que não está clara», referiu o médico sportinguista. Sobre as declarações de João Pinto, em que o jogador manifestava preocupação por não saber como actuar em situações deste tipo, Gomes Pereira disse compreender os receios dos jogadores, acrescentando no entanto que «a situação não quebra a confiança entre os atletas e os médicos».

Os próprios médicos, aliás, estão preocupados com o assunto, como confessa o médico leonino: «As suspeições em causa são suficientes para acabar com uma classe.»

Nélson Puga, médico do F.C. Porto, considera que os médicos têm de comprovar «que tudo fazem pela saúde dos jogadores».

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