Ministro e dirigente da Frelimo diz que partido no poder em Moçambique é contra violência

Agência Lusa , MBM
21 mar 2023, 10:25
Moçambique violência (Getty Images / Camille Laffont)

Celso Correia defende que o país continua a trabalhar para a paz, na sequência das ações de repressão policial no sábado

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural moçambicano, Celso Correia, que é também membro da Comissão Política da Frelimo, disse esta segunda-feira que o partido no poder é contra todas as formas de violência, na sequência das ações de repressão policial no sábado.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) "é contra todas as formas de violência, somos um partido de paz”, afirmou Correia, em resposta aos jornalistas, na província de Nampula, norte do país, durante uma visita na qualidade de chefe da brigada central do partido.

Aquele governante defendeu a necessidade de manutenção da ordem no país, assinalando que as instituições competentes devem averiguar as circunstâncias em que ocorreu a violência policial contra pessoas que tentavam marchar em homenagem ao “rapper” Azagaia, no sábado em Maputo e noutras cidades do país.

“Temos que deixar as instituições fazerem o seu trabalho. Averiguar como as coisas aconteceram e em que condições. Mas nós somos um partido de paz, vamos continuar a trabalhar para a paz”, sustentou Celso Correia.

Correia vincou que as divergências no seio da sociedade moçambicana devem ser dirimidas através de diálogo, notando que o país dispõe de plataformas para entendimentos por via pacífica.

“Acredito que, sempre que há qualquer tipo de divergências, independentemente da dimensão, devem ser resolvidas através dessas plataformas de diálogo”, enfatizou.

Por seu lado, Fernando Faustino, secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), uma influente organização de veteranos da Frelimo, acusou os promotores da marcha de “incitamento à violência” e de serem “instrumentos do exterior”.

 “A paz em, primeiro lugar, e depois, a partida para o desenvolvimento, o que só será possível se os moçambicanos estiverem unidos e deixarem de cumprir agendas impostas do exterior”, disse Faustino, em declarações ao jornal diário Notícias.

No último sábado, a polícia moçambicana disparou gás lacrimogéneo, balas de borracha e usou de violência contra centenas de pessoas desarmadas que pretendiam participar em marchas pacíficas de homenagem ao “rapper” de intervenção social e ativista Azagaia, que morreu no dia 09, vítima de doença.

Vários transeuntes foram também apanhados pela repressão policial, registando-se ferimentos e prejuízos materiais.

Várias organizações nacionais e internacionais repudiarem a carga policial contra manifestantes pacíficos, assinalando que a ação das autoridades violou direitos e liberdades fundamentais.

Relacionados

África

Mais África

Patrocinados