Socialistas põem "as mãos no fogo" por Rui Rio

Agência Lusa , CNC
12 jul 2023, 19:07

Francisco Assis, ex-líder parlamentar do PS, e Álvaro Beleza, da Comissão Política do PS, defenderam publicamente a "honra" do ex-presidente do PSD

O ex-dirigente socialista Francisco Assis afirmou esta quarta-feira que o ex-presidente do PSD Rui Rio é um “homem íntegro” e alertou para a grave ameaça à democracia que constitui a “associação espúria” entre setores judiciários e mundo mediático.

A Polícia Judiciária mobilizou hoje cerca de 100 inspetores e peritos para buscas na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional do partido, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.

Numa nota enviada à agência Lusa, Francisco Assis saiu em defesa do ex-líder social-democrata.

“O doutor Rui Rio, pessoa que conheço há muitos anos, é um homem íntegro e incapaz do cometimento de qualquer ato lesivo do bem público. A associação espúria de alguns setores do sistema judiciário com um certo mundo mediático constitui uma grave ameaça para a democracia”, escreveu o atual presidente do Conselho Económico e Social.

De acordo com Francisco Assis, “ignorar esta evidência é fazer o jogo dos demagogos e dos extremistas”.

“Infelizmente, parecem ser poucos os que se preocupam com isso”, criticou o antigo líder parlamentar do PS.

Também o presidente da SEDES e membro da Comissão Política do PS, Álvaro Beleza, defendeu o ex-presidente do PSD.

“Neste caso, posso afirmar com segurança que ponho as mãos no fogo pelo Rui Rio que conheço há décadas. Tive com ele muitas discordâncias, somos de partidos diferentes, mas é um homem sério e honrado”, declarou à agencia Lusa.

Neste caso que envolve o anterior líder do PSD, estão em causa, segundo a CNN, que esteve em direto desde o início das buscas, suspeitas de um alegado uso indevido de dinheiros públicos, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar funcionários do partido que não trabalhariam no Parlamento.

Em declarações aos jornalistas, Rui Rio desvalorizou estas suspeitas, considerando que são apenas para “produzir uma notícia” e disse nem perceber do que a PJ andou à procura, confirmando que não foi constituído arguido.

“Os pagamentos não são ilícitos, isto são os partidos todos. Se alguma coisa aconteceu no meu tempo foi uma reforma no sentido de moralizar ao máximo tudo isto, que não é que estivesse mal, mas moralizar, pôr direito”, afirmou.

Questionado se estas notícias afetarão a sua imagem, Rio respondeu: “Isso é o que querem, tudo isto é para afetar a minha a imagem, se afeta ou não, não sei, tenho 30 anos de vida pública, as pessoas já me conhecem.”

“Eu estou fora da política, não conto voltar à política, estou farto da política, mas às vezes... Eu tinha um amigo que era o dr. Miguel Veiga que dizia: ‘Piquem-no, piquem-no, que ele funciona bem quando é picado’. Eu estou tão sossegado, para que é que me vêm picar?”, disse.

Rui Rio disse não ter falado com a direção atual do PSD, até porque nem tem telemóvel, que foi apreendido durante as buscas.

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