Mercedes é claramente favorita a repetir domínio de 2014. Grid tem cinco rookies, uma nova Marussia e perdeu a Caterham. De regresso está o GP do México
Será na madrugada de sexta-feira que os motores começarão a roncar em Melbourne, agora com som oficial. Arranca este fim de semana a temporada de 2015 da Fórmula 1, marcada por uma pré-época agitada a vários níveis, do defeso à crise mais ou menos generalizada que ameaçou deixar o grid com menos de 20 carros, pela primeira vez em vários anos.Os sinais vinham, de resto, do conturbado final da temporada passada, quando Marussia e Caterham não conseguiram esconder fragilidades evidentes a nível financeiro. O pelotão estava cada vez mais depauperado e praticamente nada foi feito, neste interregno, para alterar a situação.
A Marussia salvou-se graças a um investidor novo e foi rebatizada de Manor, mas ainda não está totalmente confirmada a presença na corrida da Austrália. A Caterham diz adeus.
Começamos por aqui porque é este um retrato fiel da Fórmula 1 atual: um campeonato em crise e tremendamente desigual. Indiferentes, as grandes equipas (e Bernie Ecclestone) seguem o seu trilho.
A Mercedes acredita que 2015 será ano de festa como foi o anterior. E a verdade é que poucos ousarão, nesta altura, contestar a previsão. Depois de uma temporada de domínio avassalador (16 vitórias em 19 corridas), a escuderia alemã prepara-se para repetir a dose. É difícil perceber quem se poderá intrometer.
O campeonato arrisca-se, assim, a seguir as pisadas do anterior e tornar-se um duelo Lewis Hamilton-Nico Rosberg
Os favoritos são eles. A partir daí, há várias interpretações.
Os outsiders
O defeso foi agitado. A chegada de Sebastian Vettel
O espanhol, que protagonizou o acidente que marcou os testes de Barcelona, vai mesmo falhar a corrida de domingo, na Austrália, por conselho médico. A McLaren entrará em pista com a dupla de 2014, mas a convicção de poder fazer algo diferente. Não só por ter Alonso, mas sobretudo por ter a Honda. É o regresso de uma parceria mítica que já deu vários momentos de glória à escuderia de Woking.
Quanto a Vettel terá a dura missão de tentar o que Alonso não conseguiu: fazer a Ferrari voltar a vencer um título. Seria uma grande surpresa se o fizesse já em 2015, mas, ao dar este passo, saindo do conforto da Red Bull, o tetracampeão estará consciente de que o projeto não pode nunca ser a curto prazo.
Ao seu lado está Kimi Raikkonen
A Red Bull, única equipa a ombrear com a Mercedes em 2014, volta a surgir como candidata a «melhor das restantes», um campeonato que vinha habituada a fazer do outro lado da barricada. Daniel Ricciardo
Por fim, e atendendo aos problemas da Force India (só usou o carro de 2015 na terceira bateria de testes) e da Sauber (a falência chegou a pairar sobre a escuderia), resta olhar para a Williams e Lotus.
Os primeiros acreditam que, depois de um ano com vários pódios, poderão regressar às vitórias, algo que, desde 2004, só aconteceu uma vez, de forma totalmente surpreendente, por Pastor Maldonado, no GP Espanha de 2012. Valtteri Bottas
A Lotus viveu um ano terrível em 2014, deixou a Renault e vai usar motor Mercedes. Manteve a dupla explosiva Grosjean-Maldonado
Os rookies
Max Verstappen
Também o seu colega de equipa na Toro Rosso Carlos Sainz Jr
Na Sauber está instalada a confusão com o recurso em tribunal perdido para Giedo Van der Garde
Por fim, a Manor aposta no espanhol Roberto Mehri
As equipas
Mercedes
Red Bull
Ferrari
McLaren
Williams
Lotus
Toro Rosso
Sauber
Force India
Manor
*-Substituído na Austrália por Kevin Magnussen
**-Giedo Van der Garde ganhou uma ação em tribunal que lhe garante um lugar e obriga a Sauber a prescindir de um dos outros pilotos
Saídas e entradas (resumo)
Na Red Bull saiu Sebastian Vettel e entrou Daniil Kvyat (Toro Rosso);
Na Ferrari saiu Fernando Alonso e entrou Sebastian Vettel (Red Bull);
Na McLaren Kevin Magnussen passou a terceiro piloto e entrou Fernando Alonso (Ferrari);
Na Toro Rosso saíram Daniil Kvyat e Jean-Eric Vergne e entraram Max Verstappen e Carlos Sainz Jr, ambos estreantes;
Na Sauber saíram Adrian Sutil e Esteban Gutierrez e entraram Marcus Ericsson (Caterham) e Felipe Nasr (estreante);
A Marussia passa a chamar-se Manor. Saíram Max Chilton e Jules Bianchi e entraram dois estreantes: Will Stevens e Roberto Mehri;
A Caterham acabou.
O calendário
15 de março: GP Austrália (5h de Portugal)
29 março: GP Malásia (8h)
12 abril: GP China (7h)
19 abril: GP Bahrain (16h)
10 maio: GP Espanha (13h)
24 maio: GP Mónaco (13h)
7 junho: GP Canadá (19h)
21 junho: GP Áustria (13h)
5 julho: GP Grã-Bretanha (13h)
19 julho: GP Alemanha (13h)
26 julho: GP Hungria (13h)
23 agosto: GP Bélgica (13h)
6 setembro: GP Itália (13h)
20 setembro: GP Singapura (13h)
27 setembro: GP Japão (6h)
11 outubro: GP Rússia (12h)
25 outubro: GP EUA (19h)
1 novembro: GP México (19h)*
15 novembro: GP Brasil (16h)
29 novembro: GP Abu Dhabi (13h)
*-Única corrida nova no calendário 2015. A última vez que a F1 esteve no México foi já em 1992, numa corrida ganha por Nigel Mansell.
Horários e transmissões do Grande Prémio da Austrália
Sexta-feira, 13 de março
Treino Livre 1, 1h30 (Sport TV 5)
Treino Livre 2, 5h30 (Sport TV 5)
Sábado, 14 de março
Treino Livre 3, 3h (Sport TV 5)
Qualificação, 6h (Sport TV 5)
Domingo, 15 de março
Corrida, 5h (Sport TV 5)
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Recorde a temporada de 2014 em vídeo: