André Almeida: «Nico González tem a escola do Barcelona; tem qualidade e é muito completo»

4 out 2023, 00:04
FC Porto-Farense (Lusa/Manuel Fernando Araújo)

Médio do Valencia avalia o antigo colega e lembra que o aconselhou a mudar-se para o FC Porto e que lhe falou bem da liga portuguesa.

Foi uma das contratações mais desejadas no Dragão para esta época. O FC Porto precisava de reforçar o meio-campo e empenhou-se para garantir Nico González, médio formado no Barcelona, visto até há bem pouco tempo como uma das maiores promessas do clube catalão e do futebol espanhol.

Na época 2021/22 chegou a fazer 37 jogos na primeira equipa do Barça, com dois golos marcados e duas assistências. Na temporada seguinte, no entanto, perdeu espaço e foi emprestado ao Valencia, onde também se destacou.

O FC Porto pagou 8,4 milhões de euros pela totalidade do passe. O Barcelona ficou com direito a 40% das mais-valias de uma futura transferência e colocou no negócio uma cláusula de recompra por 30 milhões de euros – sendo que o valor da cláusula de rescisão é o dobro, 60 milhões.

Nico assinou por cinco temporadas, até 2028. Tempo para evoluir e para se afirmar como uma peça importante no FC Porto. A verdade, no entanto, é que não tem estado a jogar. Foi titular em três jogos da Liga (Farense, Rio Ave e Arouca) e depois eclipsou-se. Só saiu do banco na Liga dos Campeões para jogar 18 minutos contra o Shakhtar Donetsk.

Agora que a Champions regressa, tem-se falado mais de Nico González. Desde logo porque o jogo é com o Barcelona, a fazer perspetivar um reencontro. Depois, porque a imprensa espanhola anda intrigada com o desaparecimento de Nico González.

Na última semana, vários jornais desportivos de Espanha dedicaram espaço ao «apagão» do internacional sub-21. Apontam razões como um erro cometido frente ao Arouca (foi substituído logo após o golo sofrido pelo FC Porto) ou o hábito de Sérgio Conceição não colocar os reforços a jogar mal chegam ao Dragão.

Nico foi assunto nas conferências de imprensa de antevisão da partida. Sérgio Conceição respondeu, com algum humor pelo meio, dizendo que ele «tem de dar à pierna» para se afirmar na equipa.

Xavi Hernández lembrou que o Barcelona acreditou que «chegar ao FC Porto seria favorável» para o jogador. Os dois treinadores concordam numa coisa: qualidade não lhe falta.

«Tem a escola do Barcelona e é muito completo»

André Almeida tem a mesma opinião. O médio português foi colega de Nico na época passada. Partilharam balneário e muitos minutos no meio-campo do Valencia.

«É um médio com muita qualidade técnica e fisicamente forte. É bom com a bola e útil sem ela. Além disso, trabalha bem, é bom profissional dentro e fora do campo», afirma o jogador formado no Vitória de Guimarães.

A integração de Nico González não deveria ser problemática. Para André Almeida, é fácil jogar com ele. «Tem a escola do Barcelona, adapta-se bem a tudo e é muito completo. Tanto pode jogar a ‘6’ como a ‘8’. Faz bem as duas coisas», considera o internacional sub-21 português.

«É verdade que de início não jogava muito, mas, depois, acabou por ser importante na equipa», acrescenta.

O médio do Valencia lembra que «o FC Porto tem outros jogadores de qualidade», mas sempre pensou que o antigo colega estava a tomar a decisão certa. De resto, até o aconselhou a vir para Portugal.

«Falei-lhe bem do campeonato português»

«Falei com ele quando foi contratado, disse-lhe que seria bom para ele, falei bem do campeonato português», recorda André Almeida. «E o FC Porto é uma equipa de Liga dos Campeões, tem essa montra enorme, toda a gente olha para o clube», recorda.

Voltaram a falar na pré-temporada: «perguntei-lhe se estava a ser intenso. Como já se sabe que o Sérgio Conceição é muito exigente… Ele disse que estava a gostar».

O contacto entre ambos tem sido raro. André Almeida também tem as suas preocupações, apesar de ser habitual titular na liga espanhola. O Valencia está a ter (mais) um início de época irregular. Ainda no fim de semana foi goleado pelo Betis.

Apesar de tudo, vai espreitando o futebol português. E acredita que Nico ainda vai afirmar-se de dragão ao peito. «É uma questão de ter oportunidades. Um jogador precisa de jogar e ele é muito competente. Isto depende sempre dos treinadores, claro, mas ele pode acrescentar qualidade», garante André Almeida.

 

 

 

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