Da reestruturação económica ao futebol: o programa eleitoral de Villas-Boas

17 abr, 14:10
André Villas-Boas (JOSE COELHO/LUSA)

Candidato à presidência do FC Porto deu a conhecer na íntegra o projeto que tem para o clube

O candidato à presidência do FC Porto, André Villas-Boas, deu a conhecer o seu programa eleitoral que prevê a implementação de um novo paradigma que se estende da formação à equipa principal de futebol.

De acordo com o programa eleitoral da lista B, ao qual a Lusa teve acesso, essa é a primeira de cinco metas estratégicas na visão a dez anos apresentada pelo candidato cuja «absoluta prioridade» será a «filosofia desportiva do clube».

A estrutura de futebol idealizada por Villas-Boas vai ser liderada por um direto desportivo, cujo nome será anunciado quinta-feira. Sob a sua alçada vão estar diretores para as áreas do futebol profissional, formação prospeção, performance e do futebol feminino, ligadas entre si num modelo capaz de «refletir a complexidade e multidimensionalidade do futebol atual e, ao mesmo tempo, frisar a importância de ter pessoas certas nos lugares certos em cada momento».

Embora nem todos os nomes sejam conhecidos, o programa propõe Pedro Silva para liderar um gabinete de performance transversal a todos os escalões.

Villas-Boas pretende um clube com infraestruturas renovadas e que sustente a sua valorização na formação em todas as modalidades e aponta à criação de equipas de sub-17, sub-19 e sénior de futebol feminino. Além disso, a lista «Só um Porto» quer estudar a hipótese de fazer regressar o atletismo e o voleibol masculino, e respetivas camadas jovens.

O terceiro eixo da visão de André Villas-Boas pugna por uma marca forte e valorizada no mercado entre 2026 e 2028, alicerçada em participações consistentes nas competições internacionais de referência e enquadrada pelas práticas de boa governança corporativa.

Uma comissão de ética não executiva, um código de conduta transversal à estrutura do Grupo FC Porto e um portal da transparência são algumas propostas da lista B, que visa estreitar as relações do clube com os reguladores nacionais e internacionais do futebol.

Outra das prioridades de Villas-Boas é a reestruturação económico-financeira e tem de estar consolidada de 2028 a 2032, «sendo essencial encontrar novas fontes de receitas, reduzir custos operacionais e iniciar uma trajetória de redução da dívida» para atenuar a dependência das verbas da UEFA e equilibrar as contas, sem limitar o êxito desportivo.

Para atingir esse objetivo, a lista B pretende ter uma gestão rigorosa, potenciar os proveitos operacionais e valorização de ativos através de resultados. A prioridade vai ser, de resto, dada ao encurtamento do passivo, fruto da «renegociação de prazos e serviço da dívida», de maneira a assegurar a manutenção do atual modelo de propriedade do FC Porto.

«O programa não é apenas uma estratégia para vencer estas eleições. É uma visão, um compromisso e, acima de tudo, a personificação da paixão que nós partilhamos pelo FC Porto, aliada à exigência e responsabilidade inerentes à presidência do clube», apontou Villas-Boas.

As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B) e Nuno Lobo (C), incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).

O ato eleitoral decorrerá em 27 de abril, entre as 09h00 e as 20h00, no Dragão, no Porto.

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