Plano de segurança ainda está a ser ultimado entre as duas partes, mas já há locais identificados. O clube garante que só está a pensar no jogo
O campeão 2021/22 da principal liga do futebol português pode ficar definido já esta segunda-feira. Para isso, o FC Porto, que joga em Braga, terá de fazer sempre um resultado melhor do que o Sporting, que também joga no mesmo dia. O ano passado, num momento pandémico muito diferente, a festa leonina acabou em polémica e trocas de acusações constantes entre as entidades envolvidas.
A CNN Portugal questionou agora as diferentes entidades de segurança, de saúde e de organização, para perceber se existem preparativos e recomendações para a noite desta segunda-feira, que pode ser de festa, nomeadamente na cidade do Porto.
A PSP garante que está a coordenar com a Câmara Municipal do Porto um plano de segurança, que será semelhante àquilo que é feito nos clássicos em que o FC Porto recebe Benfica ou Sporting. Fonte da Direção Nacional da PSP lembra que a situação sanitária foi aliviada ainda esta sexta-feira, com a obrigatoriedade de utilização de máscara a cair (salvo algumas exceções). Estão, portanto, reunidas as condições para que os adeptos voltem a festejar um título com normalidade, depois de nos últimos dois anos a pandemia de covid-19 ter atrapalhado as celebrações.
Cortes de trânsito se houver festa e alguns conselhos da PSP
Na resposta dada à CNN Portugal, a PSP refere que o plano ainda não está pronto, mas que faltam apenas "pormenores", disse a mesma fonte.
Ainda assim, é certo que há dois pontos da cidade do Porto com planeamento especial: a Avenida dos Aliados e a zona em redor do Estádio do Dragão. No caso do primeiro, o mais típico local de festejos portistas, a PSP espera milhares de pessoas naquele local, mesmo atendendo às obras que ali estão a ser realizadas.
No estádio, e mesmo não havendo jogo nesta segunda-feira, é provável milhares de pessoas ali se concentrem quando o autocarro com os jogadores e staff técnico do FC Porto chegue.
Em caso de celebração do título portista, a PSP vai colocar em prática uma operação de trânsito que obrigará a congestionamentos naquelas duas zonas. As autoridades admitem mesmo alguns cortes de vias, consoante a necessidade, e dependendo da afluência. Este cenário só se coloca caso os festejos se efetivem. Noutro cenário não estão previstos quaisquer condicionamentos.
Por isso, mesmo a PSP deixa alguns conselhos: que todas as pessoas se desloquem para os locais de festa de transportes públicos, a adoção de uma "condulta calma" e evitar a utilização de engenhos pirotécnicos.
A mesma fonte da PSP adianta que não tem indicações de que, em caso de celebrações, o FC Porto faça algo oficial e organizado. Por isso, não é esperado para esta segunda-feira um desfile com um autocarro que transporte a equipa técnica e jogadores pela cidade.
A recomendação da DGS
Em resposta à CNN Portugal, a Direção-Geral da Saúde lembra que "não estão em vigor medidas obrigatórias como o uso de máscara facial nem limitações no que diz respeito à lotação destes espaços". Ainda assim, e poucos dias após a máscara ter deixado de ser obrigatória em vários locais, aquela entidade lembra que as pessoas com comorbilidades ou algumas complicações devem ter cuidados.
"Apela-se a que as pessoas cuja situação clínica justifique uma maior proteção usem máscara e evitem aglomerados", respondeu a DGS.
Já a Liga Portugal, entidade responsável pela organização do campeonato, remete responsabilidades para a Câmara Municipal do Porto e para as forças de segurança, lembrando que, a acontecer esta segunda-feira, a festa será feita naquela cidade.
“A Liga não coloca limitações de locais de festejos de adeptos, como nunca o fez. Essa parte pertence ao município, polícia e clube”, acrescenta.
Fonte do FC Porto afirma que o clube não está a pensar nesse cenário, assegurando à CNN Portugal que o único foco é no jogo de segunda-feira, com o Sporting de Braga.
O FC Porto joga às 18:00 em Braga, enquanto o Boavista-Sporting se disputa às 20:30.
A polémica do ano passado
A situação pandémica de covid-19 era bem diferente na altura: Portugal ainda recuperava dos meses de janeiro e fevereiro, em que chegaram a morrer mais de 300 pessoas por dia, e muitas restrições ainda estavam de pé. Entre elas a proibição de público nos estádios.
O Estádio de Alvalade esteve, por isso, vazio na receção ao Boavista. Ao mesmo tempo, do lado de fora, milhares e milhares de pessoas vestidas de verde e branco fizeram a festa antes, durante e depois do jogo.
No exterior do estádio até foi colocado um ecrã gigante para que os adeptos pudessem acompanhar a partida, o que motivou um ajuntamento ainda maior. A festa acabaria na rotunda do Marquês de Pombal, cenário típico dos festejos em Lisboa, com um trajeto acompanhado por milhares de pessoas desde o Campo Grande, de onde um autocarro panorâmico com jogadores e equipa técnica saiu.
À chegada ao Marquês de Pombal, repetiram-se as imagens de ajuntamentos: milhares de pessoas sem qualquer distanciamento social, a maioria delas sem máscara protetora.
Seguiu-se uma polémica que envolveu Sporting, Câmara Municipal de Lisboa, PSP e até o Ministério da Administração Interna, sendo que o então ministro Eduardo Cabrita teve mesmo de ser ouvido numa comissão parlamentar.
Mais tarde, e em apresentação dos resultados da investigação da Inspeção-Geral da Administração Interna, Eduardo Cabrita acusou Sporting e Câmara Municipal de Lisboa de terem planeado a festa entre si, rejeitando propostas da PSP,
