Até quando deve sustentar os seus filhos adultos? O que pensam os pais – e os filhos

CNN , Jeanne Sahadi
16 abr 2023, 16:00
Até quando deve sustentar os seus filhos adultos? Pais – e filhos – têm uma palavra a dizer. Foto: Boris Jovanovic/Adobe Stock

Ao que parece, os filhos e os pais não concordam exatamente sobre quando é que esse momento deve realmente ser

Os pais investem tanto de si próprios, emocional e financeiramente, na educação dos seus filhos – mas chega o momento em que um pai tem de deixar de subsidiar as despesas diárias dos seus filhos adultos. Falamos de habitação, seguros de saúde, prestação do carro, telemóveis, cartões de crédito, serviços por subscrição, empréstimos estudantis e viagens. 

E, ao que parece, os filhos e os pais não concordam exatamente sobre quando é que esse momento deve realmente ser. 

Um novo inquérito da Bankrate revelou que os adultos da Geração Z (entre os 18 e os 26 anos de idade) pensam que os pais devem acalmar os ânimos sobre quando devem deixar de pagar por eles. 

Falemos de habitação. Os adultos da Geração Z responderam que não deviam ter de começar a pagar renda até aos 23 anos em média. Os pais baby boomers e da Geração X discordam, defendendo que os seus filhos deviam chegar-se à frente e pagar as prestações a partir dos 21 anos. Quando se trata de telemóveis e das contas do cartão de crédito, a Geração Z julga que os deve começar a pagar aos 21 anos. Já os pais dizem que aos 19 anos seria melhor. 

O inquérito da Bankrate não especifica quantos inquiridos vivem com os pais ou, pelo contrário, com os filhos adultos. Mas, seguramente, a percentagem deve ser significativa. Em julho de 2022, o Centro de Investigação Pew revelou que metade dos adultos com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos vivia com pelo menos um dos pais. 

O risco para os pais de subsidiar os filhos adultos

Naturalmente, o que um pai sente sobre a necessidade de o seu filho pagar as suas próprias contas e o que um pai faz podem ser duas coisas muito diferentes.

Quase 7 em cada 10 pais com filhos maiores de 18 anos disseram ter feito um sacrifício financeiro para ajudar os seus filhos adultos, de acordo com o inquérito. Trinta e um por cento caracterizaram esse sacrifício como "significativo", enquanto 37% disseram que era "algo significativo". 

Sacrifício significava: reduzir as poupanças de emergência (51%), prejudicar a capacidade de pagar a sua própria dívida (49%) ou de poupar para a reforma (43%); e tornar difícil atingir algum outro marco financeiro (55%). 

Os pais com baixos rendimentos – definidos como aqueles que ganham 50.000 dólares (cerca de 45 mil euros) ou menos por ano – eram os mais propensos a dizer que fizeram sacrifícios financeiros para ajudar os seus filhos adultos. 

Por exemplo, 58% dos pais com rendimentos mais baixos disseram ter sacrificado as suas poupanças de emergência em comparação com 46% dos agregados familiares com rendimentos mais elevados – definidos como aqueles que ganham 100.000 dólares (cerca de 90.000 euros) ou mais por ano. 

Embora possa ser difícil dizer não aos seus descendentes adultos se pedirem ou, simplesmente, esperarem por uma ajuda financeira, os pais não estão propriamente a beneficarem-se a si próprios se os subsidiarem à custa da sua própria segurança financeira. 

Afinal de contas, nem toda a gente é suscetível de apoiar um pai que fica para trás nas prestações da habitação, não consegue criar uma almofada financeira suficiente para a reforma ou que descobre que não pode pagar cuidados médicos. 

"Certifique-se de que a assistência [que presta] está dentro do seu orçamento e seja claro em relação aos critérios", diz Ted Rossman, um analista sénior da Bankrate. "A ajuda não deve ser vista como um cheque em branco ou uma esmola ilimitada. Pode ajudar se estabelecer um montante específico em dólares ou um período de tempo."

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