Matthäus e Ronaldo sublinham o realismo das equipas que chegam às meias-finais
*Enviado ao Brasil
Já Matthäus é mais frio na análise, lembrando que as meias-finais estão a ser alcançadas por equipa pragmáticas. «A defesa ganha títulos e os ataques ganham a glória. O passado diz-nos que para se ser campeão é preciso ser capaz de ganhar jogos duros, às vezes feios e isso deve voltar a acontecer este ano. Nesta fase é tudo mais aproximado, os jogadores neutralizam-se, há uma preocupação maior com a segurança. França e Alemanha não atacaram muito, o Brasil foi muito mais contido. E as equipas que chegam longe são as que se esperavam de início, as surpresas aconteceram todas na primeira fase
Matthäus, que anteriormente tinha emitido algumas opiniões pouco elogiosas acerca do futebol apresentado pela Alemanha, sublinhou as diferenças em relação aos últimos Mundiais: «Nos últimos oito anos, a Alemanha jogou num estilo mais limpo, que teve um eco muito positivo nos espectasdores. Löw mudou isso antes deste Mundial, com algumas mudanças, como o facto de encostar Özil à esquerda ou de jogar sem ponta-de-lança, ou com laterais mais fixos. Isso torna o jogo menos bonito, mas o foco de toda a estratégia é a vitória», explicou.
Capitão na campanha vitoriosa de 1990, Matthäus vê alguns pontos de contacto entre essa equipa e a atual: «Agora a Alemanha aproveita muito os livres e as bolas paradas. E já tivemos defesas que marcaram golos importantes, porque sofrem menos vigilância que os avançados e podem desequilbrar em momentos decisivo. Na Alemanha, em 1990, as bolas paradas também foram decisivas para sermos campeões», lembrou.
Ainda assim Matthäus rejeitou a ideia de que a sua seleção nacional esteja condenada a jogar feio: «Com a França, a Alemanha foi capaz de subir o nível, tendo Lahm à direita. Acredito que vai mostrar a sua melhor face com o Brasil», afirmou.
Já Ronaldo foi muito mais contido na apreciação à vitória do Brasil sobre a Colômbia, num jogo com demasiadas faltas, e que acabou por defraudar as expetativas: «Discordo de quem fala em vitória feia, acho que foi a melhor atuação do Brasil na Copa, durante todo o primeiro tempo e metade do segundo. Uma equipa muito agressiva, com marcação muito em cima, muito controlo e consciência. Vi uma atuação muito equilibrada, e sem a dependência do Neymar, que mesmo antes da lesão não estava tendo sorte nas ações», elogiou.