Barato, seguro e bom tempo. É por isto que Portugal é considerado um dos melhores países para imigrar (mas há um problema)

CNN , Blane Bachelor
3 fev, 09:00
Portugal tem sido popular entre os expatriados desde o lançamento do programa dos Vistos Gold em 2012. Na foto, o Porto, a segunda maior cidade do país, situada junto ao rio Douro (Sean Pavone/iStockphoto/Getty Images)

Um novo ano é uma altura propícia para nos comprometermos com objetivos ambiciosos - e para alguns, isso pode significar o sonho de viver no estrangeiro.

E graças ao aumento do trabalho remoto, aos novos programas de vistos e aos incentivos fiscais que atraem os nómadas digitais, os investidores e as famílias, as pessoas que estão a considerar uma mudança internacional têm mais caminhos para explorar.

Naturalmente, a possibilidade de se mudar para o estrangeiro é um privilégio que se estende apenas às pessoas que têm a sorte de possuir o passaporte correto, estando as portas fechadas a muitas nacionalidades. Felizmente não é o caso dos portugueses, uma vez que o nosso passaporte é considerado um dos mais poderosos.

Para aqueles que têm essa opção, a decisão de escolher o país para a sua nova casa é uma decisão importante que requer uma pesquisa e um planeamento exaustivos. Para além do devaneio "Eu podia viver aqui!" que pode surgir durante as férias, mudar-se para o estrangeiro significa um mergulho profundo nas implicações fiscais, vistos de trabalho, cuidados de saúde e comparações de qualidade de vida, só para citar alguns pontos a ter em conta.

Um recurso especialmente útil é o inquérito anual Expat Insider da InterNations, uma comunidade de expatriados com mais de 5,1 milhões de membros. O inquérito, que se realiza há uma década, reflecte as opiniões de cerca de 12 mil expatriados que representam 177 nacionalidades em 181 países ou territórios. O inquérito revela o nível de satisfação com vários aspetos da vida de emigrante, com base em fatores como a qualidade de vida, a facilidade de instalação, o trabalho no estrangeiro, as finanças pessoais, a habitação e a língua.

Além disso, os reformados podem tirar partido de recursos como o Live and Invest Overseas, cujo índice anual classifica os 10 principais destinos de reforma no estrangeiro. O índice de 2024 foi publicado no início de janeiro, com Valência, Espanha, no topo da lista, seguida de Braga, Portugal, e Mazatlán, México.

Também é importante considerar o impacto da mudança num novo país anfitrião, especialmente em destinos que estão a registar grandes aumentos na imigração de países mais ricos, diz Megan Frye, consultora de deslocalização e escritora que viveu na Cidade do México nos últimos oito anos.

Frye aconselha os clientes que estão a considerar uma mudança para o México - que está classificado entre os cinco principais países no inquérito anual da InterNations desde 2014 - a estarem cientes das desigualdades nas políticas de migração entre aquele país e outros desenvolvidos, como Estados Unidos ou alguns da União Europeia.

México

O México ocupa regularmente uma posição de destaque entre os países que oferecem satisfação aos expatriados. O Museu Soumaya, com painéis de alumínio, fica na Plaza Carso, no bairro de Polanco, na Cidade do México (John Coletti/The Image Bank Unreleased/Getty Images)

Um destino de reforma de longa data para os norte-americanos, o México também atraiu mais famílias e o conjunto de nómadas digitais de outros países nos últimos anos.

A Cidade do México - a maior da América do Norte, com cerca de 22 milhões de pessoas na área metropolitana - tem sido especialmente popular, e a população da capital cresceu entre 2019 e 2023 em 3%, cerca de 600 mil pessoas, de acordo com a The World Population Review. E de 2019 a 2022, o número de norte-americanos que solicitaram ou renovaram vistos de residência aumentou de cerca de 17.800 para mais de 30 mil, por exemplo.

Noutros locais, cidades como Oaxaca, San Miguel de Allende e Playa del Carmen são também paraísos para os expatriados, muitos dos quais apontam o custo de vida mais baixo do México e o estilo de vida descontraído como fortes atrativos.

Prós: O México ficou em primeiro lugar no inquérito Expat Insider 2023 da InterNations e tem-se classificado entre os cinco melhores países desde 2014. De acordo com os últimos resultados, os expatriados apreciam fatores como a facilidade de instalação, uma vida social gratificante e fortes redes de apoio. A acessibilidade económica do México e o seu estilo de vida descontraído também são muito apreciados.

Contras: Tal como acontece com outros destinos globais que têm recebido um afluxo de ocidentais nos últimos tempos, algumas cidades mexicanas com grandes comunidades de expatriados estão a sofrer reações contra os estrangeiros.

O México tem também uma elevada taxa de criminalidade. As taxas de homicídio são quase quatro vezes superiores às dos EUA, por exemplo, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Geografia do México. E estes números podem ser ainda mais elevados, uma vez que os dados da Human Rights Watch sugerem que cerca de 90% dos crimes no México nunca são denunciados.

Como fazer a mudança: Mudar-se para o México não é tão simples como fazer as malas, apanhar um voo e brindar à sua nova vida com uma margarita na praia. Tradicionalmente, os portadores de passaportes válidos de países que não exigem visto (incluindo Portugal) que vêm ao México em lazer ou em negócios têm permissão para permanecer no país por até 180 dias. (devem preencher uma autorização de visitante, ou Forma Migratoria Multiple ou FMM, no seu local de entrada).

No entanto, esse período de tempo já não é o padrão, e o número exato de dias permitido fica ao critério do funcionário da imigração que processa a entrada.

O México não oferece um visto de nómada digital, mas aqueles que estão a considerar uma mudança permanente podem procurar um Visto de Residente Temporário, que permite até quatro anos no México. Entretanto, os reformados podem candidatar-se a um Visto de Residente Permanente.

Portugal

Portugal tem sido popular entre os expatriados desde o lançamento do programa dos Vistos Gold em 2012. Na foto, o Porto, a segunda maior cidade do país, situada junto ao rio Douro (Sean Pavone/iStockphoto/Getty Images)

A popularidade de Portugal entre os expatriados explodiu desde que o país introduziu o programa dos Vistos Gold em 2012. Tornou-se o mais bem-sucedido do seu género, inspirando outros países a lançarem os seus próprios planos para atrair investimento estrangeiro.

No entanto, na primavera de 2023, Portugal fez alterações significativas ao programa, acabando efetivamente com a vertente de investimento imobiliário, depois da aprovação do pacote Mais Habitação. Também alterou o seu regime de residente não habitual.

E como olham lá fora para nós? "Portugal é um sítio um pouco mais difícil de imigrar se se quiser a flexibilidade de um Visto Gold", diz Alex Ingrim, consultor financeiro e presidente da empresa de gestão de património global Chase Buchanan USA. "Não é tão atrativo do ponto de vista da jurisdição fiscal. E temos visto muitas pessoas a perderem o interesse em Portugal e a começarem a planear outras jurisdições na Europa."

Prós: Portugal é difícil de bater pela sua acessibilidade económica, qualidade de vida, clima ameno durante todo o ano e sistema de saúde de alta qualidade. O custo de vida é geralmente mais acessível do que na maioria dos países da Europa e, de acordo com a Numbeo, a maior base de dados de qualidade de vida do mundo, é 35,5% mais baixo do que nos Estados Unidos, por exemplo. Para além disso, Portugal é o sétimo país mais seguro do mundo.

Contras: À semelhança do que acontece no México e noutros países com grandes comunidades de expatriados, há uma crescente reação contra o afluxo de estrangeiros, especialmente norte-americanos, e sobretudo em Lisboa, escreve a CNN Travel. Os críticos afirmam que o consequente aumento das rendas e dos preços do imobiliário obrigou os residentes de longa data a abandonar o país e alterou o tecido de certos bairros.

Como fazer a mudança: O programa dos Vistos Gold ainda está em vigor, embora o país tenha eliminado a opção de investimento imobiliário. Como refere Ingrim, quem ainda esteja interessado em obter a residência através dessa via "tem de estar realmente ciente de como isso afeta o seu planeamento financeiro, como afeta as suas obrigações fiscais no país de residência e se continua a ser a melhor opção no futuro".

Espanha

Espanha oferece um dos custos de vida mais baixos da Europa Ocidental. E a cena dos cafés ao ar livre em Valência é certamente atrativa (RossHelen/iStock Editorial/Getty Images)

Um clima deslumbrante, um dos custos de vida mais baixos da Europa Ocidental e cidades e vilas vibrantes e ricas em cultura, do Mediterrâneo ao Atlântico: não admira que cada vez mais estrangeiros estejam a proclamar "Viva España!" para o seu próximo capítulo de vida.

Madrid, Barcelona, Sevilha e Bilbau possuem grandes comunidades de expatriados, enquanto a cidade costeira de Valência também está a ganhar rapidamente força como um local cobiçado: ficou em primeiro lugar no Índice de Qualidade de Vida 2022 da InterNations e também liderou o índice anual da Live and Invest Overseas para 2024.

Prós: Há muito que amar em Espanha: cidades modernas e pequenas cidades pitorescas, assistência médica universal de alta qualidade e um cenário de restaurantes e vida noturna de renome mundial, apenas para citar alguns.

De acordo com a International LGBTQ+ Travel Association, Espanha é também um dos países culturalmente mais liberais e acolhedores para os viajantes LGBTQ+. Em 2005, tornou-se um dos primeiros países a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e acolhe uma das maiores celebrações do Orgulho LGBTQ+ do mundo, que atrai cerca de 1,5 milhões de pessoas todos os anos.

Contras: O inglês não é geralmente muito falado fora das grandes cidades (e na região nordeste da Catalunha, o catalão é a língua oficial - e muitas vezes preferida pelos habitantes locais). O modo de vida distintamente espanhol também pode levar algum tempo a habituar-se aos estrangeiros, uma vez que os horários de trabalho, de refeições e de convívio social são mais tardios do que os padrões da maioria dos outros países. O dia de trabalho decorre geralmente entre as 09:00 e as 19:00, com uma longa pausa para o almoço durante a siesta da tarde (altura em que muitas empresas estão fechadas), e os espanhóis não costumam jantar antes das 20:30.

A política em Espanha está também a tornar-se cada vez mais dividida (e ocasionalmente violenta), especialmente porque a região nordeste da Catalunha continua a lutar pela independência.

Como se mudar: Existem várias opções para os expatriados que pretendem mudar-se para Espanha. Qualquer pessoa com fundos suficientes para se sustentar a si própria e aos seus dependentes pode considerar o visto não-lucrativo (ou NLV), que é ideal para reformados e para aqueles que têm outras formas de rendimento passivo com origem no estrangeiro. (No entanto, não é possível obter rendimentos enquanto se está em Espanha com este visto).

A Espanha também oferece um visto de nómada digital e um visto de empresário. No caso português tem ainda a grande vantagem de ser já aqui ao lado, além de permitir a livre circulação por ser União Europeia.

Países Baixos

Os Países Baixos estão entre os países mais felizes do planeta, de acordo com o instituto de sondagens Gallup. Os ciclistas sentem-se em casa em Amesterdão e noutras cidades dos Países Baixos (a_Taiga/iStock Editorial/Getty Images)

Esta nação obcecada por bicicletas ficou em quinto lugar no Relatório sobre a Felicidade Mundial 2023 da Gallup, que avalia vários indicadores relativos à satisfação com a vida e ao bem-estar social e económico. Também ficou em primeiro lugar no inquérito de 2023 da Numbeo sobre qualidade de vida.

Mais de 31 mil cidadãos dos EUA chamam atualmente aos Países Baixos o seu lar doce lar, numa demonstração de que o país se tornou atrativo para quem vem de fora. A capital, Amesterdão, é um local especialmente popular, com os seus canais pitorescos, a sua arquitetura histórica e o seu ambiente descontraído a atrair uma grande multidão internacional.

Prós: Para os mais ativos, é difícil superar as infraestruturas e a cultura de ciclismo de classe mundial dos Países Baixos - de facto, diz-se que o país tem mais bicicletas (fietsen) do que pessoas. Os Países Baixos também são conhecidos pelo seu forte sistema educativo, sendo a maior parte do ensino a todos os níveis financiada, pelo menos em parte, pelo governo.

Uma grande vantagem fiscal para os expatriados: os trabalhadores altamente qualificados podem candidatar-se à chamada decisão dos 30%, uma vantagem fiscal em que lhes é concedido um subsídio de 30% do seu salário bruto, isento de impostos, durante cinco anos. No entanto, o governo neerlandês implementou recentemente um limite máximo para o montante dos salários elegíveis para a decisão.

Contras: Em comparação com outros países europeus, os Países Baixos são um país caro: as rendas de apartamentos não mobilados atingiram um máximo histórico em novembro de 2023, de acordo com dados do Statista. Fora dos centros principais, as cidades mais pequenas, como Haarlem, Delft, Leiden e Maastricht, são consideravelmente mais baratas.

Além disso, os impostos sobre o rendimento são elevados, com uma taxa de 49,5% sobre os salários superiores a 73.031 euros. Isto pode ser um grande choque após cinco anos de tributação a 30%, o que leva muitos expatriados a começarem a pensar na sua próxima mudança após o fim da sua elegibilidade.

Por último, o clima - que é escuro e chuvoso no inverno (condições que tornam o ciclismo muito menos agradável) e constantemente ventoso (há uma razão para todos aqueles moinhos de vento) - pode ser difícil para alguns se adaptarem.

Como fazer a mudança: Os Países Baixos não oferecem um visto de nómada digital, mas pode solicitar um visto de longa duração, também conhecido como autorização de estadia temporária (em neerlandês, é MVV). No caso dos portugueses, e como em Espanha, existe a facilidade de circulação conferida pela União Europeia.

Alemanha

A Alemanha é vista como um país ótimo para famílias. E visitar locais históricos, como a Câmara Municipal na Marienplatz, em Munique, manterá os seus tempos livres ocupados (Nikada/iStockphoto/Getty Images)

A Alemanha é a maior economia da União Europeia, e o seu forte mercado de trabalho e sólido sistema de segurança social - para não falar das cidades e vilas ricas em património - são apelativos para muitos. Berlim tem uma comunidade internacional especialmente grande de estrangeiros de língua inglesa, mas outros centros como Munique, Frankfurt e Estugarda também têm fortes comunidades de expatriados.

Prós: A Alemanha é uma excelente opção para as famílias, graças aos cuidados de saúde universais e aos benefícios sociais, tais como o subsídio mensal para o jardim de infância ("dinheiro das crianças"), os cuidados infantis fortemente subsidiados e a generosa licença parental.

Além disso, em comparação com outros países europeus, o visto de freelancer da Alemanha é bastante fácil de obter, diz Arielle Tucker, uma planeadora financeira certificada baseada na Suíça, à CNN Travel. Mais uma vez, para portugueses existe a vantagem da União Europeia, além de fortes comunidades nacionais em várias cidades germânicas.

Contras: A Alemanha não tem algumas das mesmas comodidades a que alguns estrangeiros estão habituados, como mercearias abertas 24 horas por dia ou farmácias drive-through. Aos domingos, a maioria das lojas está fechada (com a exceção geral de restaurantes e padarias). E a burocracia do país pode ser enlouquecedora, com muitos processos governamentais a dependerem de papelada oficial que é entregue pelo correio.

Esta popularidade do país também contribuiu para a escassez de alojamento nas grandes cidades, especialmente em Berlim, onde encontrar alojamento é um dos aspetos mais stressantes de uma mudança. E para além das grandes cidades, o inglês não é muito falado.

Como mudar: O visto de trabalhador qualificado da Alemanha permite a certas pessoas com um diploma ou certificado de qualificação um período de seis meses para procurar emprego na sua área de qualificação. O visto de trabalho independente também é bastante simples.

Singapura

Keppel South Central, Singapura (NBBJ)

Muitos estrangeiros estão a elogiar Singapura: Em 2022, esta sofisticada cidade-Estado ficou em terceiro lugar no Expat Essentials Index da InterNations. É visto como um dos melhores países para se viver e trabalhar, graças a um mercado de trabalho próspero, excelente educação e saúde, e um dos melhores sistemas de transporte do mundo.

Prós: Singapura é um dos principais centros financeiros e de investimento da Ásia, com excelentes perspetivas de emprego e estabilidade económica. Os apreciadores de comida, por sua vez, vão adorar a sua deslumbrante cena gastronómica, desde animados mercados noturnos a restaurantes com estrelas Michelin. E os entusiastas das viagens podem tirar partido do fácil acesso a um dos centros de aviação mais premiados do mundo, o Aeroporto de Changi.

Contras: Singapura é muito cara e algumas pessoas podem ter dificuldade em adaptar-se ao seu clima húmido e tropical. Também fica muito longe de Portugal - o que pode ser complicado para as visitas ao país.

Como fazer a mudança: Singapura não oferece um visto de nómada digital, mas aqueles que já têm trabalho planeado podem candidatar-se a um Employment Pass. Os empresários interessados em abrir uma empresa em Singapura podem candidatar-se a um Entre Pass.

Costa Rica

A beleza natural da Costa Rica é um grande argumento de venda. Mesmo num mundo de beleza, é difícil bater os gostos do Parque Nacional do Vulcão Arenal (OGphoto/iStockphoto/Getty Images)

A abundante beleza natural, o clima tropical e o custo de vida acessível da Costa Rica há muito que atraem os expatriados que procuram a sua própria fatia de pura vida, que se traduz literalmente por "vida pura" e é tanto o slogan nacional como o estilo de vida. O país da América Central é, desde há muito, um destino popular, sobretudo para norte-americanos.

Prós: A Costa Rica tem um excelente sistema de saúde que está sempre em alta. É também um dos países mais sustentáveis do mundo. Os habitantes locais tendem a levar um estilo de vida saudável, seja surfando o ano todo ou fazendo posturas diárias de ioga na praia.

Além disso, a Costa Rica oferece alguns incentivos fiscais que atraem os estrangeiros. "A Costa Rica só tributa os rendimentos auferidos no país, o que significa que as pensões, os investimentos ou os rendimentos do trabalho não costarriquenhos não incorrem numa carga fiscal adicional da Costa Rica", afirma David Lesperance, fundador e diretor da Lesperance & Associates, uma empresa de consultoria fiscal e de imigração, à CNN Travel.

Contras: O estilo de vida descontraído da Costa Rica também pode afetar a forma como os negócios são feitos, e a tendência para chegar tarde é muitas vezes referida como "Hora do Tico".

Além disso, alguns confortos podem não existir em comparação com o que os ocidentais estão habituados. Nos edifícios mais antigos, por exemplo, não é raro deitar o papel higiénico em caixotes do lixo em vez de o deitar na sanita. E graças à sua geografia e localização ao longo do famoso Anel de Fogo, a Costa Rica sofre terramotos, tsunamis e atividade vulcânica - tem seis vulcões activos.

Uma nota importante em matéria de impostos: as declarações de impostos relativas a créditos fiscais estrangeiros ou rendimentos auferidos no estrangeiro são mais complicadas para os expatriados.

Como fazer a mudança: Com o novo visto de nómada digital do país, os trabalhadores remotos podem permanecer na Costa Rica até um ano, com a opção de prorrogação por mais um ano.

Panamá

O bairro histórico da Cidade do Panamá está classificado como Património Mundial da UNESCO (Bogdan Lazar/Alamy)

Muitas vezes descrito como a Miami da América Central, o Panamá é um importante centro financeiro e empresarial que liga a América do Norte à América do Sul. Nos últimos anos, tem vindo a atrair mais norte-americanos para além dos reformados.

Lesperance diz que tem assistido a um aumento notável de mudanças entre os clientes de elevado património líquido com herança hispânica, bem como entre os trabalhadores do setor financeiro, que se estão a mudar para lá "em massa", especialmente porque Miami se tornou mais povoada e cara.

Prós: O clima quente durante todo o ano, uma mistura de centros cosmopolitas como a Cidade do Panamá e cidades de praia descontraídas, e o fácil acesso tanto à América do Norte como à América do Sul fazem do Panamá uma excelente opção para viajantes frequentes. E uma das maiores vantagens do regime do Golden Visa do Panamá é o facto de proporcionar residência perpétua sem exigir que os investidores residam no país. A manutenção do estatuto de residente permanente requer uma visita ao Panamá pelo menos de dois em dois anos.

Contras: Em 2023, o custo do estabelecimento de residência no Panamá aumentou substancialmente, de 270 mil euros para 460 mil.

Para além disso, como o Panamá também não tem tratados fiscais com grande parte dos países, os pedidos de créditos fiscais estrangeiros ou de rendimentos auferidos no estrangeiro nas declarações de impostos são complicados, refere Lesperance.

Como o fazer:  O Panamá oferece vários tipos de oportunidades de investimento que proporcionam residência permanente e um caminho para a cidadania panamiana após cinco anos.

O programa Panama Qualified Investment Immigration (ou PQII), muitas vezes conhecido como Panama Golden Visa, é um procedimento de residência por investimento. O investimento mínimo é de cerca de 460 mil euros (que aumentou de 270 mil euros em outubro de 2022), que deve ser mantido por pelo menos cinco anos. Os investidores podem qualificar-se através da compra de imóveis, depósitos bancários ou investimento em fundos.

O Panamá também tem um programa de vistos de reforma. No entanto, Lesperance observa que, apesar de a via da reforma implicar, tecnicamente, a obtenção da cidadania panamiana ao fim de cinco anos, "na prática, não é fácil". Por conseguinte, as vantagens da via PQII em relação ao custo de um visto de reforma são questionáveis".

Itália

Cidades pitorescas como Veneza e a deslumbrante paisagem rural fazem parte do fascínio de Itália (tunart/E+/Getty Images)

É difícil imaginar um país que tenha uma noção mais romântica de viver no estrangeiro e, graças em parte à popularidade de esquemas de investimento como as casas de um euro que muitas cidades pequenas lançaram, os expatriados têm agora mais opções para realizar os seus sonhos de la dolce vita.

Prós: Acesso a algumas das cidades turísticas mais populares do mundo, paisagens pitorescas e imersão numa cultura que valoriza a família, a comida e o vinho - o que há para não adorar na vida italiana? O sistema de saúde italiano também é bom e muitos expatriados elogiam a simpatia geral dos italianos.

Contras: As perspetivas de emprego em Itália não são tão abundantes como noutros países europeus. Para além das grandes cidades, o inglês não é muito falado e é provável que tenha de contratar um advogado para o ajudar a navegar em processos legais como a compra de uma casa. E prepare-se para a infame burocracia governamental glacial de Itália.

Como fazer a mudança: Os norte-americanos que planeiam ficar mais de três meses devem obter um visto de entrada num consulado italiano antes de chegarem. As opções de visto da Itália incluem um visto de autoemprego de longo ou curto prazo, ou lavorno autonomo, e um visto de start-up. Mais uma vez, no caso português a circulação é feita de forma livre.

França

França oferece aos residentes numerosos benefícios sociais, bem como oportunidades memoráveis, tais como andar de bicicleta pelos Campos Elísios, em Paris, em dias sem carros (anouchka/iStock Unreleased/Getty Images)

Embora a realidade de viver em França seja drasticamente diferente do que é retratado no ecrã à la "Emily em Paris", ainda há muito para dizer "oui!": cuidados de saúde universais, equilíbrio entre a vida profissional e pessoal altamente valorizado (lembra-se de todos aqueles protestos em resposta ao aumento da idade da reforma pelo governo francês?).

Embora possa ser um país caro, a França também oferece extensos programas sociais e benefícios aos residentes: cuidados de saúde universais, por exemplo, bem como numerosos feriados públicos. O país tem uma boa pontuação nos índices de qualidade de vida da InterNations.

Prós: Os residentes podem usufruir de numerosos benefícios sociais, incluindo cuidados de saúde universais, estabilidade económica e numerosos feriados públicos - para não falar de uma semana de trabalho de 35 horas. Para além da excelente qualidade de vida, do ponto de vista fiscal "porque têm alguns bons tratados", diz Tucker. "Por exemplo, são um dos poucos países onde os Roth IRAs são considerados contas de reforma qualificadas e a sua natureza isenta de impostos é preservada. Por isso, apesar de as taxas de imposto serem mais elevadas, se for possível fazer algum planeamento antes da imigração, pode continuar a ser um país atrativo para os expatriados norte-americanos."

Contras: Como refere Tucker, os impostos sobre o rendimento e os impostos sociais em França são elevados: até 45% (e os indivíduos com rendimentos elevados podem também ter de pagar uma sobretaxa de 3% sobre parte dos seus rendimentos).

Fora das grandes cidades, como Paris, Lyon e Estrasburgo, a barreira linguística pode ser problemática se não tiver um bom domínio do francês.

Como se deslocar: Qualquer pessoa que pretenda permanecer em França por mais de três meses terá de solicitar um visto de longa duração. França não oferece um visto para nómadas digitais; em vez disso, é necessário um visto de longa duração se pretender trabalhar ou estudar. Existem várias categorias no âmbito da autorização de residência "Carte de Séjour" em França, cada uma com várias condições e restrições. Mais uma vez, no caso português a circulação é feita de forma livre, além de haver uma grande comunidade lusófona nas cidades francesas, nomeadamente em Paris.

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