Silêncio e ambiente de velório na sede do CDS-PP: "Seja qual for o resultado, vamos estar cá para lutar no dia seguinte"

30 jan 2022, 21:55
CDS-PP

As sondagens preveem um resultado baixo para o CDS, com 0 a 2 deputados na Assembleia da República. Na sede do partido, não há motivos para festejar

Silêncio absoluto. Na sede do CDS-PP, no largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, não há bandeiras nem música nem alegria. E também quase não há apoiantes. Na sala preparada para a noite eleitoral, só há jornalistas. Um grupo de jovens da Juventude Popular (JP) circula entre o espaço reservado no 2º andar, onde Francisco Rodrigues dos Santos prepara o seu discurso, e a cozinha onde estão disponíveis alguns snacks e bebidas. São poucos e sussurram. O ambiente é quase de velório.

Joana Sousa Lara é uma dessas militantes. Na fantástica cozinha repleta de azulejos, no palacete que é há muito a sede do CDS-PP, Joana, de 22 anos, aguarda serenamente os resultados das eleições deste domingo. Está no partido desde 2016 e é uma militante muito ativa, já fez outras campanhas, inclusive as últimas legislativas com Assunção Cristas: "Li a carta de princípios do partido e não tive dúvidas de que era aquele com que mais me identificava", conta. Atualmente é vogal da distrital de Lisboa  e secretária-adjunta da concelhia de Cascais. Esta noite, recolhe lixo, carrega cervejas, esvazia os cinzeiros.

"Acompanhei estas duas semanas de campanha eleitoral pelo país todo e vi um partido muito motivado, com a JP a marcar presença em todas as iniciativas", diz. "O Francisco esteve muito bem, ele é muito competente em campanha e foi muito bem recebido em todo o lado."

Nas últimas duas semanas, Joana não deu muita atenção às sondagens. "Estava mais preocupada em fazer o trabalho de campo, ouvir as preocupações das pessoas, perceber o que esperavam de nós. As sondagens são só sondagens, nós temos que dar atenção ao país real."

As sondagens divulgadas às 20.00 também não foram agradáveis para o CDS-PP: o partido poderá eleger 0 a 2 deputados, o que seria o pior resultado de sempre em legislativas. Na sede, a notícia foi recebida em silêncio. "Calma, ainda falta muito", comentaram entre si os jovens militantes.

Pouco depois, o vice-presidente do partido, Pedro Melo, falou aos jornalistas para dizer isso mesmo: "Nós estamos habituados a esperar. Ainda é muito prematuro fazer comentários sobre possíveis resultados. Tudo indica que teremos uma vitória da esquerda e do Partido Socialista e, se assim for, podemos garantir que o CDS-PP vai fazer uma oposição forte, como sempre, e vamos manter os nossos valores". "Pelas mesmas razões de sempre", diz o lema da campanha, colocado junto ao microfone.

Por enquanto, resta esperar. Joana Sousa Lara concorda que ainda é cedo para comentar, mas uma coisa já sabe: "Seja qual for o resultado, vamos estar cá para lutar no dia seguinte".

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