Livram-se dos Certificados de Aforro para comprar os do Tesouro

15 nov 2010, 18:37
Poupança

Euribor em baixa e juros da dívida pública em alta explicam a «transferência»

Os portugueses estão a fugir em massa dos certificados de aforro. Em Outubro deste ano, saíram deste produto mais 193 milhões de euros em termos líquidos.

De acordo com o Boletim Mensal do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP), no mês passado os portugueses aplicaram mais 38 milhões de euros nos certificados de aforro mas, no mesmo mês, retiraram 231 milhões, o que resulta numa saída líquida de 193 milhões de euros.

Pelo contrário, os certificados do Tesouro acolhem cada vez mais poupanças dos portugueses que, em Outubro, aplicaram aqui mais 140 milhões.

A «troca» é explicada pela taxa de rendibilidade de cada um dos produtos. No caso dos certificados de aforro, a taxa de juro paga está dependente da Euribor a três meses, que continua baixa, enquanto que a dos certificados do Tesouro está dependente da taxa de juro paga pelas Obrigações do Tesouro a 5 e a 10 anos.

Apesar de ter subido, a taxa paga pelas subscrições feitas este mês de certificados de aforro é de 1,109%, ainda assim bem abaixo dos 5,65% pagos pelas obrigações do Tesouro a 10 anos em Novembro, mesmo depois de terem baixado.

Desde o início do ano e até ao fim de Setembro, este produto perdeu 968 milhões de euros, em termos líquidos. De acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2011, o Governo antevê que o ritmo de saída deste produto se mantenha até ao fim do ano e que, no conjunto de 2010, a fuga ascenda a 1.005 milhões de euros.

Um movimento contrário registam os certificados do Tesouro, no mercado apenas desde Julho. No primeiro mês, os portugueses aplicaram aqui 150 milhões de euros e em Agosto mais 93 milhões. Setembro foi o mês com menor saldo, já que apenas 36 milhões de euros foram aplicados neste produto.

Contas feitas, apesar de alguma «transferência» de dinheiro dos certificados de aforro para os do Tesouro, o primeiro produto continua a concentrar 15.903 milhões de euros das poupanças dos portugueses, ao passo que os certificados do Tesouro levam um saldo de 427 milhões em apenas quatro meses.

Relacionados

Economia

Mais Economia

Mais Lidas

Patrocinados