"Trump não é Madoff. Mas...". Ex-presidente multado em 328 milhões de euros por fraude

16 fev, 20:14
Donald Trump à chegada ao tribunal de Nova Iorque (EPA)

Ex-presidente fica proibido de exercer cargos diretivos em empresas em Nova Iorque durante três anos

Donald Trump foi multado em 355 milhões de dólares (cerca de 328 milhões de euros) por práticas fraudulentas em negócios, de acordo com uma decisão judicial emitida pelo juiz Arthur Engoron.

Donald Trump Jr. e Eric Trump também foram condenados por acusações de fraude, ficando obrigados a pagar quatro milhões de euros (3,7 milhões de euros) cada.

"Trata-se de um pecado venial, não de um pecado mortal. Os arguidos não cometeram assassínio ou fogo posto. Não assaltaram um banco à mão armada. Donald Trump não é Bernard Madoff", escreveu Engoron.

"Mas os arguidos são incapazes de admitir o erro dos seus atos. Em vez disso, adotam uma postura de 'não ver o mal, não ouvir o mal, não falar o mal' que as provas desmentem", acrescentou o magistrado.

O juiz Arthur Engoron decidiu também pela proibição de Donald Trump, enquanto residente em Nova Iorque, de exercer funções de administrador ou diretor de qualquer empresa ou outra entidade legal naquela cidade durante um período de três anos.

Na decisão de 92 páginas, o juiz lançou algumas farpas ao antigo presidente, aos seus filhos e aos outros arguidos.

Considerou o magistrado que Donald Trump é responsável pela emissão de falsas declarações financeiras, falsificação de registos comerciais e conspiração, tudo isto no âmbito de uma ação judicial movida pela procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James.

A mais alta magistrada daquele estado acusou ex-presidente e os outros réus de inflacionarem de forma fraudulenta o valor dos seus ativos para obterem taxas de empréstimo e de seguro mais favoráveis.

Antes do início do julgamento que durou três meses, o juiz Arthur Engoron já tinha considerado Trump e os outros acusados de serem responsáveis por fraude persistente e repetida.

A advogada e porta-voz jurídica de Donald Trump, Alina Habba, reagiu em comunicado à decisão do juiz Arthur Engoron, qualificando-a de "injustiça manifesta - pura e simples", e mostrou-se confiante de que a decisão será anulada em sede de recurso.

"É o culminar de uma caça às bruxas de vários anos, politicamente alimentada, que foi concebida para 'derrubar Donald Trump', antes de Letitia James ter posto os pés no gabinete do procurador-geral", continua o comunicado. 

Habba disse que "tendo em conta os graves riscos", tencionam recorrer.

E.U.A.

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