Banco de Portugal mais otimista do que Governo: défice deve ser de 0,1% em 2023 e excedente de 0,2% a partir de 2024

Agência Lusa , ARC, atualizada às 11:12
16 jun 2023, 11:12
Banco de Portugal

A instituição divulga pela primeira vez previsões para o saldo orçamental, que acredita se situará próximo do equilíbrio até 2025

O Banco de Portugal (BdP) vê uma melhoria do saldo orçamental mais rápida do que o Governo, apontando para um défice de 0,1% este ano, seguido de um excedente de 0,2% a partir de 2024, foi esta sexta-feira divulgado.

No “Boletim Económico” de julho, apresentado esta sexta-feira, em Lisboa, pelo governador do supervisor bancário, Mário Centeno, a instituição pela primeira vez divulga previsões para o saldo orçamental, que acredita se situará próximo do equilíbrio até 2025.

Após um défice de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, o BdP prevê uma redução para 0,1% em 2023 e excedentes de 0,2% nos anos seguintes.

A previsão da instituição liderada pelo ex-ministro das Finanças – que pela primeira vez em democracia alcançou um excedente orçamental – revela-se mais otimista do que a do Governo, que considera para 2023 a manutenção do défice no valor de 2022 e uma ligeira melhoria para um défice de 0,2% e 0,1% em 2024 e 2025.

Saldo primário mantê-se aquém do valor pré-pandemia

O Banco de Portugal prevê ainda que o saldo primário deverá situar-se em 2,5% no horizonte de projeção, ainda abaixo do 3,1% registado antes da crise pandémica.

“De acordo com as projeções da Comissão Europeia, apenas Portugal, Chipre e Irlanda deverão registar em 2024 saldos orçamentais em torno do equilíbrio”, destaca.

Contudo, o supervisor assinala que, apesar do saldo primário estrutural melhorar ao longo do horizonte de projeção, fica aquém do valor pré-pandemia.

“Apesar do saldo orçamental de 2025 ser próximo do de 2019, a composição é diferente. Em 2025, o saldo beneficia de uma componente cíclica mais positiva, de um rácio de despesas em juros inferior e da ausência das medidas temporárias que deterioravam o saldo em 2019”, refere, salientando que é inferior em 1,1 pontos percentuais (pp.) do PIB potencial ao de 2019.

“Para assegurar o necessário ajustamento das contas públicas é importante garantir o retorno a um saldo estrutural próximo do equilíbrio o mais rapidamente possível”, acrescenta.

O Banco de Portugal espera uma diminuição do rácio da dívida pública de 113,9% em 2022 para 103,4 em 2023, reduzindo-se para 97,1% em 2024 e para 92,5% em 2025.

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