Do "trio dos horrores" aos imigrantes "que não podemos aceitar": como Ventura acredita que vai "governar Portugal" já este ano

13 jan, 12:32

O presidente do Chega colocou-se lado a lado com o Partido Socialista como uma das duas maiores forças políticas portuguesas. Em Viana do Castelo, deixou claro que quer vencer as eleições e fez ainda uma promessa aos polícias.

Num discurso focado na “luta”, no “trabalho”, na “bandeira e na história de Portugal”, André Ventura deixou claro, este sábado, que o objetivo do Chega é vencer as eleições legislativas de março deste ano e, assim, governar Portugal.

Vamos lutar não para o segundo lugar mas para vencer as eleições legislativas”, assegurou o líder do Chega.

Logo no início do seu discurso, o presidente do Chega deixou claro que “o trabalho e a missão" do partido é "governar Portugal": "Esperemos que possa acontecer já em março de 2024”, assinalou, frisando, ao longo do discurso, que “neste momento não há outra alternativa em Portugal: é entre o Chega e o Partido Socialista”.

André Ventura é novamente candidato à presidência do partido - e novamente candidato único - porque considera que o seu “trabalho não estava terminado e que o caminho é longo”, sendo a meta São Bento. “Candidato-me porque não fujo à luta e tenho muito orgulho em tudo o que conseguimos nos últimos anos”, vincou, num discurso daquela que classificou como “reunião magna do Chega”. 

Ventura afirmou que o “trabalho não está concluído na dignificação que temos de fazer em Portugal”, trazendo para o discurso as forças de segurança portuguesas, “cujas vidas ficam no limbo, em que muitos distritos deste país mais vale trabalhar na caixa do supermercado do que defender o país”. E deixou uma promessa: “A todas as forças de segurança deste país, quero deixar um compromisso solene: nenhuma maioria de direita subsistirá, nenhuma maioria de direita existirá sem que a sua primeira medida seja restabelecer a equiparação de suplementos a todas as forças de segurança, a todas”

No seu discurso, o único que fará este sábado, André Ventura voltou a puxar dos galões e dos resultados do Chega, colocando-se como a segunda maior força política portuguesa, em comparação direta com o Partido Socialista. “O ano ainda vai muito curto, mas podemos dizer uma coisa: os dois maiores partidos portugueses tiveram um congresso este ano, o nosso é muito maior”, assegurou, referindo-se ao congresso socialista que se realizou no passado fim de semana.

Pedro Nuno, Mortágua e Raimundo: "o trio dos horrores" para Ventura

ESTELA SILVA/LUSA

Pedro Nuno Santos foi também alvo de várias críticas, assim como o PSD, que André Ventura garantiu que “já não tem força”. O líder do Chega acusa os sociais democratas de deixarem o “país sem alternativa”, função que cabe agora ao Chega. “Só nós podemos ser alternativa à hipocrisia de Pedro Nuno Santos, de António Costa e da geringonça”.

“Viram um filme que é o trio dos horrores? Têm de ver”, disse, em tom irónico sobre uma eventual nova geringonça: “Paulo Raimundo ministro da pesca, Mariana Mortágua ministra para a igualdade de género”, disse. E foi quando trouxe o tema da ideologia de género que levantou o congresso. “Já agora, isto não vai ficar bem nos jornais da noite, mas vou dizer à mesma, garanto uma coisa, aquele dinheiro todo que vamos dar para as ideologias de género, vou pegar esses milhões todos e dizer a essas associações ‘esqueçam, não vão receber um tostão’”, e, mais uma vez, deixou uma promessa às forças de segurança: “[vou pegar nesses] 400 e tal milhões [de euros] e criar um fundo de apoio às nossas forças de segurança, à justiça e aos nossos ex-combatentes”, garantiu.

E foi numa acusação ao governo de António Costa que mencionou uma das mensagens mais sonantes desta convenção: ‘limpar Portugal’. “O país precisa mesmo de uma limpeza, não conheço outro país da Europa em que 75 mil euros tenham sido encontrados num envelope na casa oficial do primeiro-ministro, se isto não nos envergonha não sei o que mais pode envergonhar o país”, disse, levantando o tom de voz, seguindo-se críticas a João Galamba - que foi vaiado pelos congressistas assim que André Ventura mencionou o seu nome - e ao caso das gémeas luso-brasileiras.

No seu discurso, André Ventura tocou ainda na questão da emigração, que disse ser “um problema que temos de falar, só nós temos coragem e falar”. 

O líder Chega rejeitou que tenha defendido o fim da emigração, mas deixou claro aqueles “que não podemos aceitar”, dando como exemplo “aqueles que vêm obrigar as nossa mulheres a andar de burca nas nossas cidades, os que vêm para a Europa para ajudar a financiar redes de tráfico humano e terrorismo internacional”.

Não podemos aceitar que aqueles que vêm para aqui não para viver como nós e gostar da nossa bandeira e história, mas para mudar a bandeira e história, isso não podemos aceitar em Portugal”, afirmou, vincando que “queremos uma emigração leal, justa e regulada”.

Pedro Nuno Santos foi também alvo de várias críticas, assim como o PSD, que André Ventura garantiu que “já não tem força”. O líder do Chega acusa os sociais democratas de deixarem o “país sem alternativa”, função que cabe agora ao Chega. “Só nós podemos ser alternativa à hipocrisia de Pedro Nuno Santos, de António Costa e da geringonça”, atirou.

André Ventura deixou ainda uma palavra aos pensionistas, prometendo luta para que as suas reformas não sejam mais baixas do que o salário mínimo nacional. “Nós vamos dar aos nossos idosos essa dignidade”

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