Estrangeira obrigada a trabalhar em Portugal sem direito a descanso. Casal detido em Espinho por "servidão"

Agência Lusa , FMC
28 nov 2022, 17:28
Detido

“Em novembro de 2021, os arguidos, sob a falsa promessa de poder vir estudar e trabalhar, aliciaram a vítima, em Moçambique, transportando-a para Portugal e submetendo-a depois a servidão laboral/doméstica”, explicou a PJ

A Polícia Judiciária (PJ) deteve em Espinho, no distrito de Aveiro, um casal que alegadamente submeteu uma mulher de nacionalidade estrangeira, a quem retiraram os documentos pessoais, a “servidão laboral e doméstica”, foi esta segunda-feira anunciado.

Os suspeitos, de 40 e 42 anos, igualmente de nacionalidade estrangeira e a residir em Portugal, estão “fortemente indiciados” do crime de tráfico de pessoas, referiu a PJ, em comunicado enviado às redações.

“Em novembro de 2021, os arguidos, sob a falsa promessa de poder vir estudar e trabalhar, aliciaram a vítima, em Moçambique, transportando-a para Portugal e submetendo-a depois a servidão laboral/doméstica”, explicou.

Já em Portugal, a mulher, de 29 anos, foi privada dos seus documentos, sendo obrigada a trabalhar 16 horas por dia, sem direito a folgas ou horário de descanso, e ganhando 50 euros por mês, adiantou.

Segundo esta força policial, o casal apenas permitia que a vítima tomasse uma refeição por dia, limitando-lhe ainda os cuidados de higiene.

“Aquando da sua sinalização foi-lhe diagnosticada uma anemia grave provocada por ausência de alimentação, sendo notória a sua debilidade geral e falência física”, sublinhou a PJ.

Os detidos vão, agora, ser presentes à autoridade judiciária para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.

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