Sporting: 935 mil euros por Moutinho e a dívida ao fundo por João Mário

6 jun 2017, 12:40

Dados do relatório e contas do terceiro trimestre

O Sporting revelou nas contas do terceiro trimestre que recebeu 935 mil euros por João Moutinho, valor superior ao anteriormente divulgado relativo à disputa com o FC Porto pela transferência do jogador para o Mónaco. O relatório agora divulgado dá ainda conta de que a SAD dos leões negociou com o fundo que detinha parte do passe de João Mário o pagamento da dívida em cinco anos.

O fundo em causa é o QFIL (Quality Football Ireland Limited), com ligações ao ex-dirigente inglês Peter Kenyon e ao empresário Jorge Mendes, que detinha 25 por cento do passe de João Mário, transferido para o Inter por 40 milhões de euros.

Esse fundo já era credor de uma dívida anterior, conforme divulgado nas contas do Sporting que era de 7.656 milhões no final deste terceiro trimestre. Aumentará a partir de agora, segundo a nota divulgada pelos «leões» no final do relatório, que dá conta do acordo com o QFIL já após o fecho deste exercício, sem revelar valores: «Após 31 de Março de 2017, a Sporting SAD assinou um acordo de pagamento da dívida relacionada com a venda do jogador João Mário, sendo a mesma diferida em pagamentos mensais ao longo de 5 anos.»

Quanto a João Moutinho, o Sporting contabiliza 935 mil euros na rubrica rendimentos com transações de passes e explica que é uma «verba recebida no processo ganho pela Sporting SAD relativa à percentagem da mais valia e mecanismo de solidariedade da venda do Jogador do FC Porto para o Mónaco».

Sporting e FC Porto mantinham há muito uma disputa sobre os valores a receber pela transferência de João Moutinho. A última informação divulgada apontava para a decisão da Comissão Arbitral de definir em 600 mil euros o valor a pagar pelo FC Porto.

Nas contas agora divulgadas, que apontam para lucro de 35 milhões no terceiro trimestre, os «leões» reafirmam que contabilizam nestas contas 18,2 milhões oriundos de receitas da UEFA «que estão retidas pela UEFA relativas ao caso Doyen». Mas referem que têm «reunidas todas as condições para, quando necessário, liquidar essa responsabilidade que por sua vez está devidamente provisionada».

O relatório e contas do Sporting informa ainda sobre uma série de pagamentos e também receitas que poderão advir de futuras transferências de jogadores.

Quanto ao que a SAD poderá ter de «pagar a terceiros, nomeadamente clubes, agentes desportivos, jogadores ou parceiros/fundos de investimento, que dependem de transacções futuras e/ou desempenhos desportivos futuros», a lista inclui contratos como os de Miguel Lopes ou William, com valores variáveis até 500 mil euros se o jogador ficar no plantel até setembro de 2018.

São os passivos contingentes, assim discriminados no relatório:

«Miguel Lopes: no mínimo 5M€ a pagar numa futura venda, independentemente do seu valor;

Oriol Rossel: 10% da mais valia futura;

Hadi Sacko: 20% da mais valia futura com opção de buy back;

Jonathan Silva: 20% da mais valia futura acima de 4,025MUSD;

Ricardo Esgaio: Valores variáveis a pagar numa futura venda com o limite de 0,5M€;

Azbe Jug: valores variáveis a pagar numa futura venda com o limite de 3M€;

Bryan Ruiz: 10 % da mais valia futura (valores variáveis a pagar numa futura venda do jogador acima de 1,2M€);

Marvin Zeegelar: valores variáveis a pagar, até ao limite de 0,3M€;

Ezequiel Schelloto: valores variáveis a pagar numa futura venda com o limite de 1,05M€;

Matheus Pereira: 10% da mais valia futura acima de 0,3M€;

Alan Ruiz: 10% no caso de venda acima dos 20MUSD e valores variáveis a pagar numa futura venda com o limite de 2,75M€;

Petrovic: 10% dos valores variáveis a pagar pela performance individual da equipa principal até ao limite de 0,5M€;

Rui Patrício: valores variáveis a pagar numa futura venda com o limite de 1,5M€;

Adrien: valores variáveis a pagar numa futura venda com o limite de 4M€;

William Carvalho: valores variáveis a pagar em caso de manutenção do jogador no plantel até Setembro de 2018 até ao limite de 0,5M€;

Bas Dost: valores variáveis a pagar mediante performance individual até ao montante de 2 milhões de euros;

Luc Castaignos - valores variáveis a pagar pela performance individual da equipa principal até ao limite de 0,5M€;

Gelson Dala: 50% dos direitos económicos numa futura venda.

Quanto aos «valores contingentes a receber de clubes de futebol que dependem da performance desportiva futura, individual ou colectiva, bem como percentagens sobre os valores de transferência futura ou sobre mais-valias das mesmas», incluem 25 por cento por uma futura transferência de Bruma, 15 por cento por Cédric ou 30 por cento por Elias, entre outros, como verbas a receber por Leonardo Jardim em função da performance desportiva do Mónaco. Esses ativos contingentes são assim discriminados:

«Santiago Arias: 15% de uma mais-valia futura;

Armindo Tue na Bangna “Bruma”: 25% de uma mais-valia futura e valores variáveis a receber pela performance do Galatasaray;

Leonardo Jardim: valores variáveis a receber pela performance do Mónaco;

Matias Fernandez: valores variáveis a receber pela performance da Fiorentina;

Marcos Rojo: 20% de uma mais-valia futura acima de 23M€ (ver nota 19);

Maurício Nascimento: 20% de uma mais valia futura;

Cedric Soares: 15% de uma mais valia futura e valores variáveis a receber pela sua performance individual até ao limite de 1M€;

Enoh: 20% dos direitos económicos de uma transferência futura e valores variáveis a receber pela performance do Lokeren;

Ramy Rabia: 15% dos direitos económicos acima de 1 M €

Mahmoud Fadlallah “Shikabala”: 15% de uma mais valia futura;

Wilson Eduardo: 45% dos direitos económicos de uma futura transferência;

Diogo Salomão: 10% dos direitos económicos de uma futura transferência;

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