Trata-se de um dos "mais relevantes [grupos de hackers] a nível mundial"
Um dos principais grupos de piratas informáticos do mundo, o grupo HIVE, foi desmantelado esta quinta-feira numa operação que contou com a participação da da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da Polícia Judiciária (PJ).
Este grupo criminoso, descrito pela PJ como um dos "mais relevantes a nível mundial", é suspeito de ter atacado diversas instituições e entidades portuguesas, entre as quais "unidades hospitalares, empresas de análises laboratoriais, municípios, companhias de transporte/aviação, unidades hoteleiras, empresas tecnológicas, entre outras".
O grupo operava um ransomware que cumpria a função de "dupla extorsão". Quando conseguia aceder à rede ou à conta da vítima, antes de encriptar os seus dados e exigir um resgate, os hackers copiavam todos os dados da rede. Depois de encriptar os dados da vítima, os criminosos exigiam o pagamento de um resgate para que a informação não fosse tornada pública na plataforma do grupo na Dark Web.
"As investigações, que duraram vários meses, foram levadas a cabo por diversos parceiros internacionais, tendo a PJ/UNC3T acolhido uma das sessões de trabalho operacional que durou uma semana, a qual contou com mais de 30 polícias oriundos dos 13 países envolvidos na operação", revelou a PJ em comunicado.
Através da cooperação com várias instituições internacionais, as autoridades conseguiram identificar a infraestrutura tecnológica usada pelos membros deste grupo criminoso, bem como as chaves privadas usadas pelos mesmos para encriptar os dados das vítimas.
"O grupo criminoso ficou privado dos meios para lançar ciberataques, muitas vezes capazes de paralisar totalmente as operações da vítima afetada e que causavam graves prejuízos económicos e de imagem às instituições visadas", acrescenta a PJ.
O desmantelamento da rede levou também a que a polícia conseguisse desencriptar os dados de mais de 1500 vítimas do grupo HIVE a nível mundial, sem que para tal tivessem de pagar do resgate aos criminosos. A PJ estima que, com esta ação, cerca de 120 milhões euros não tenham sido pagos em resgates.