China deteve 109.000 suspeitos de crimes fronteiriços em 2023

Agência Lusa , AM
18 jan, 06:19
Cidade Proibida, em Pequim, na China

País registou 424 milhões de entradas e saídas no ano passado

A China deteve 109.000 suspeitos de crimes fronteiriços em 2023, e puniu 65.000 estrangeiros que entraram, residiram ou trabalharam no país de forma irregular, foi anunciado esta quinta-feira.

Entre os 65.000 estrangeiros punidos, 26.000 foram deportados, disse a Administração Nacional de Imigração do país.

No total, a China investigou 58.000 casos em 2023, resultando na detenção de 109.000 suspeitos e no desmantelamento de 2.463 grupos organizados.

No ano passado, as autoridades chinesas detetaram 35.000 travessias consideradas ilegais e que levaram à detenção de mais de 32.000 pessoas envolvidas em jogos de azar transfronteiriços e crimes relacionados com fraudes, acrescentou.

Mais de 80.000 armas de fogo, explosivos, 8,5 toneladas de droga, 949 toneladas de materiais relacionados com droga e mercadorias de contrabando avaliadas em 760 milhões de yuan (98 milhões de euros) foram apreendidos, tendo as autoridades chinesas salientado ainda "a eliminação" de vários grupos criminosos suspeitos de praticarem fraudes telefónicas ou cibernéticas a partir do norte de Myanmar (antiga Birmânia), visando enganar cidadãos chineses.

Isto levou à detenção de um total de 79.000 suspeitos de fraude cibernética, depois de terem sido resolvidos 391.000 crimes relacionados com as telecomunicações no ano passado, indicou.

A China também informou recentemente estar a trabalhar com países como a Tailândia, as Filipinas e o Camboja para participar em "missões internacionais de aplicação da lei".

Para combater este tipo de crime, a administração chinesa está a coordenar diferentes agências, como autoridades de migração, Ministério dos Negócios Estrangeiros e Supremo Tribunal, entre outros.

424 milhões de entradas e saídas no ano passado

A China registou 424 milhões de entradas e saídas através das fronteiras em 2023, o que representa 67% do volume registado em 2019, último ano antes da pandemia, indicam dados oficiais.

O número inclui as entradas e saídas de 206 milhões de cidadãos chineses, 183 milhões de residentes de Hong Kong, Macau e Taiwan e 35,5 milhões de estrangeiros, disse a Administração Nacional de Imigração chinesa.

O número total de entradas e saídas representa um aumento de 266,5%, em relação a 2022, quando ainda estava em vigor a política 'zero covid', que fechou as fronteiras ao turismo e impôs quarentenas rigorosas para todos os viajantes que entrassem em território chinês.

Em 2023, as autoridades chinesas emitiram 18,4 milhões de passaportes, um aumento de 1625,4%, em relação a 2022, quando a emissão de passaportes foi restringida pela estratégia ‘zero covid’.

As restrições durante a pandemia estenderam-se ao tráfego aéreo: em 2019, as ligações aéreas internacionais da China completaram 139 milhões de viagens, um número que caiu 97%, para 3,05 milhões, em 2021, e 3,6 milhões, em 2022, de acordo com dados da Administração da Aviação Civil chinesa.

A escassez de ligações à segunda maior economia do mundo e os entraves burocráticos e sanitários à entrada de viajantes fizeram subir os preços dos bilhetes para milhares de euros por unidade.

Numa altura em que a recuperação pós-pandémica da economia chinesa parece ter abrandado e o investimento estrangeiro diminuído, o Governo chinês publicou, em setembro, medidas para impulsionar o turismo estrangeiro, como a simplificação dos pedidos de visto, o aumento do número de rotas aéreas e a melhoria do acesso dos estrangeiros aos sistemas de pagamento eletrónico, omnipresentes no país.

No final de novembro, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou também, de surpresa, que os cidadãos de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Malásia não vão precisar de vistos para entrar no país este ano, eliminando uma das principais razões pelas quais o turismo estrangeiro ainda não recuperou, de acordo com especialistas locais.

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