Incêndios no Chile já fizeram pelo menos 122 mortos

Agência Lusa , MM, atualizado às 19:16
5 fev, 06:47
Incêndio em Vina del Mar, Chile (AP)

Bombeiros continuam a combater cerca de 40 incêndios ativos

Os incêndios que afetam a região de Valparaíso, na costa central do Chile, fizeram 122 mortos, segundo o mais recente balanço das autoridades chilenas.

De acordo com as autoridades governamentais, há 165 incêndios ativos, que já destruíram casas que albergam mais de 40.000 pessoas.

O aumento no número de incêndios, afirmou o Governo, aponta para uma “manifesta intencionalidade” dos novos focos.

O Serviço Médico Legal (SML) do Chile publicou o novo número de mortos, mais dez do que o anterior balanço, e anunciou que nas próximas horas começará a entregar os corpos às famílias das vítimas.

Estão a ser recolhidas amostras de ADN junto das famílias. Até à data, apenas 32 corpos foram identificados e poderão ser entregues às respetivas famílias.

O subsecretário do Interior do governo chileno, Manuel Monsalve, afirmou que foram concentradas "todas as capacidades para retirar os corpos setor por setor".

"Estamos perante uma tragédia nacional. O presidente decretou luto nacional por dois dias, o que mostra a magnitude dos danos que infelizmente enfrentamos na região de Valparaíso", disse Monsalve, de acordo com o jornal chileno El Mercurio.

No entanto, sublinhou que as condições de controlo dos incêndios "melhoraram substancialmente".

"Hoje não há risco iminente para a vida das pessoas. É possível antecipar um eventual controlo dos incêndios nos próximos dias, mas eles ainda estão ativos e o trabalho continua. De acordo com os números atuais, há 165 incêndios no país, mais 11 do que no sábado, dos quais 40 ainda estão por controlar, 112 estão controlados e quatro foram extintos”, sintetizou.

Entretanto, vários altos responsáveis civis e das forças de segurança apontaram para a intencionalidade dos incêndios e avisaram que irão perseguir os responsáveis.

O chefe da Defesa Nacional chilena, contra-almirante Daniel Muñoz, disse em declarações à estação de rádio chilena ADN que há indícios de que "houve um planeamento, algo orquestrado e organizado" e até mesmo um "padrão de comportamento".

Muñoz afirmou ainda que, em princípio, vai-se manter o recolher obrigatório noturno.

O diretor geral dos ‘Carabineros’, Ricardo Yáñez, também se referiu à intencionalidade dos novos focos de incêndio.

"Se apanharmos pessoas a cometer crimes, acreditem que as vamos prender. Serão entregues ao Ministério Público, se for o caso, porque é nosso dever e obrigação", disse Yáñez à Radio Bío Bío.

O governador de Valparaíso, Rodrigo Mundaca, destacou a "manifesta intencionalidade" dos responsáveis.

"São um bando de desgraçados e bandidos que vieram para destruir esta cidade", denunciou.

"O que estamos a promover hoje é chegar às causas profundas da catástrofe na região [...]. Esperamos que a justiça possa julgar os responsáveis ", frisou, acrescentando que os incêndios transformaram-se em homicídios".

"Perderam-se 10.000 hectares, o Jardim Botânico foi destruído, 122 pessoas perderam a vida e este número vai provavelmente continuar a aumentar", lamentou.

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