Champions: Salzburgo-Benfica, 1-3 (crónica)

12 dez 2023, 22:17

Um murro na mesa

O Benfica segue vivo na Europa! 

A equipa encarnada deu um murro na mesa após os maus resultados das últimas semanas e às críticas que se acentuaram no último jogo com um triunfo por 3-1 em casa do Salzburgo. O Benfica precisava de vencer, no mínimo, por dois golos, tendo alcançado essa diferença já em tempo de descontos, por Arthur Cabral, um dos jogadores mais criticados recentemente.

Do mal o menos: após uma fase de grupos paupérrima, a equipa de Roger Schmidt mostrou os pergaminhos da temporada passada, foi muito mais forte do que o adversário e, com justiça, está no play-off da Liga Europa.

O FILME DO JOGO

Sem o castigado António Silva, Roger Schmidt apostou em Tomás Araújo como titular, mantendo a base dos últimos jogos. Os encarnados adotaram uma estratégia assente na organização e pressão, mas os primeiros minutos foram de maior domínio dos austríacos. Depois dessa etapa inicial, o Benfica entrou no jogo e viu-se uma equipa à semelhança daquela que brilhou na Champions na temporada passada.

Pela primeira vez em muito tempo, os encarnados pareceram entrar com um plano de jogo em campo, muito por culpa da capacidade de pressão de Casper Tengstedt e João Neves. O Benfica recuperou a bola logo no meio-campo do Salzburgo, numa ação semelhante à que a equipa fazia na época passada, aproveitando, posteriormente, a desorganização austríaca.

A contribuir para isso, na manobra ofensiva, esteve Angel Di María, que mais uma vez provou que é jogador de jogos grandes. Se já não tem fulgor para ajudar a defender, o argentino foi decisivo onde ainda tem todas as capacidades intactas.

Em cima da meia hora, numa jogada que já não é virgem esta temporada, Di María bateu um pontapé de canto de forma direta e conseguiu um golo olímpico, também por demérito de Schlager.

O Benfica estava claramente melhor no jogo e a mostrar que é superior ao Salzburgo, pelo que o 2-0, ainda antes do intervalo, surgiu com naturalidade. Rafa – que já tinha desperdiçado uma ocasião flagrante e somou inúmeros falhanços – redimiu-se e deu maior tranquilidade aos encarnados.

Tengstedt foi fundamental na pressão sobre o adversário, João Neves, em esforço, ainda tocou para Di María e o argentino ajeitou para a finalização de Rafa.

A equipa de Schmidt estava dentro das competições europeias ao intervalo, mas o alemão ainda fez uma mexida, lançando Petar Musa para o segundo tempo, numa perspetiva de um estilo de jogo diferente.

Mas o Benfica entrou como tinha terminado a primeira parte, pressionou, forçou o terceiro golo, mas Rafa continuou com a mira muito desafinada.

Contra a corrente do jogo, perto da hora de jogo, o Salzburgo reduziu, num remate de fora da área, que ainda sofreu um desvio. Apesar do infortúnio, os encarnados continuaram na mesma toada.

Di María foi o líder das ações defensivas, Aursnes destacou-se nas subidas pelo flanco, Neves continuou com a pressão intensa… e Rafa colecionou oportunidades falhadas.

Mas não há uma boa história que não tenha um final imprevisível.

Os ponteiros do relógio já pareciam mais acelerados quando, em tempo de descontos, surgiu a redenção de Arthur Cabral, que entrou um minuto antes de marcar. Depois de dias de críticas por um gesto dirigido a adeptos, o avançado brasileiro vestiu a pele de herói e apontou o 3-1, com um golpe de calcanhar.

A redenção chegou e o olhar dos críticos pode muito bem ter mudado a partir de hoje. Não só para o brasileiro, como para toda a equipa, que ganha uma injeção de confiança na Áustria.

(IMAGENS VÍDEO Eleven na DAZN)

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