Champions: Benfica-Club Brugge, 5-1 (destaques)

David Marques , Estádio da Luz, Lisboa
7 mar 2023, 22:26
Benfica-Club Brugge (ANTÓNIO COTRIM/LUSA)

Ramos & Silva, Lda

A FIGURA: Gonçalo Ramos

O cronómetro marcava pouco mais de 60 segundos quando iniciou o desequilíbrio daquilo que se achava ser o 1-0 do Benfica. O golo, de João Mário com o calcanhar, acabou por ser anulado por fora de jogo precisamente do ponta de lança das águias, que reapareceu quando a equipa mais precisava dele e a Luz começava a ver um Club Brugge a instalar-se no meio-campo ofensivo. Numa jogada de contra-ataque, apareceu sobre a esquerda para servir Rafa, que fez o 1-0 aos 38 minutos. Mas o melhor estava guardado para o tempo de compensação da primeira parte, quando o algarvio ultrapassou Mechele e, a seguir, Nielsen e Buchanan antes de atirar para o segundo do Benfica. Ainda faria o bis, numa daquelas jogadas já clássicas (cruzamento rasteiro de Grimaldo e ataque de Ramos ao primeiro poste) que os adversários ainda não conseguem controlar. Novamente decisivo, agora na montra europeia.

O MOMENTO: 1-0 do Benfica na melhor altura

Depois das oportunidades desperdiçadas pelos encarnados, a equipa belga estava a recompor-se no jogo. Tinha mais bola e a espaços conseguia empurrar o Benfica para o seu meio-campo defensivo, causando alguma apreensão nas bancadas. Mas aos 38 minutos as águias, numa jogada de contra-ataque, fizeram o 1-0 e, mais do que isso, destruíram animicamente a equipa belga, que acabou vergada a uma pesadíssima goleada na Luz.

OUTROS DESTAQUES

Rafa: não marcava desde 2 de novembro de 2022. Antes do Mundial do Qatar, portanto. Nesta terça-feira voltou a ser o espírito livre e a ter a influência da primeira metade da época. A capacidade individual e, há que dizê-lo também, a negligência da equipa belga, permitiu que Rafa fosse um perigo constante, ora na capacidade para receber entre linhas, ora para receber em velocidade. Logo aos 3 minutos deslumbrou a Luz com uma maldade a Nielsen, naquilo que até nem foi o início de uma noite de brilho do 27, que antes lançou Bah com um grande passe para um golo de João Mário que acabou anulado. O 1-0, no qual participou de uma ponta à outra, foi um apelo à sua velocidade (primeiro) e capacidade técnica e de improviso em espaços reduzidos: tudo terminou com uma trivela fria para o fundo das redes. A receção, a rotação e o toque subtil para João Neves, que serviu depois Neres para o 5-0 é deliciosa.

Aursnes: chegou à Luz apresentado como médio de características mais defensivas. Evoluiu para oito, fazendo as vezes de Enzo Fernández, mas acabou por ser como falso extremo que pegou de estaca na equipa de Roger Schmidt. Onde há espaço, o norueguês aparece, parecendo por vezes não ter posição definida no esquema tático do técnico germânico. Não é um portento de técnica, mas a inteligência tática permite-lhe ler o jogo com antecipação e criar muitas vezes os desequilíbrios que permitem que os homens da frente brilhem. Nesta noite esteve no início do 1-0 e fez o penúltimo passe na jogada do 2-0 e também do terceiro.

João Mário: a obra de arte – de calcanhar - no segundo minuto de jogo acabou anulada devido a fora de jogo de Gonçalo Ramos no princípio da jogada, mas o (agora) goleador do Benfica arranjou outras formas para manter a influência habitual. Lançou Gonçalo Ramos sobre a esquerda na jogada do 1-0, assistiu o avançado no 2-0 e bateu com frieza o penálti do 4-0. Já leva 20 golos nesta época e se mantiver o ritmo arrisca-se a marcar mais golos em 2022/23 do que em todas as anteriores épocas da carreira. É preciso adjetivar?

Grimaldo: aquela que pode ser a última época do espanhol no Benfica arrisca-se a ser a sua melhor. Somou mais uma assistência para Gonçalo Ramos (no 3-0) e protagonizou inúmeras investidas perigosas pelo corredor esquerdo.

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