Caso das gémeas: Ex-ministro da Saúde admite que normas "não foram cumpridas" mas alinha com Pedro Nuno e não vê necessidade de comissão parlamentar

9 abr, 21:55

Comissão parlamentar só servirá, na ótica de Manuel Pizarro, para que o Chega alimente uma "guerrilha institucional" contra o Presidente da República

Manuel Pizarro quer ver o caso das gémeas esclarecido. O antigo ministro da Saúde disse à CNN Portugal que isso “pode e deve” acontecer, destacando o papel da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), cujo inquérito impediu a “morte do assunto” e deu gás à pretensão do Chega em ter uma Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso, algo que o secretário-geral do PS veio sugerir que não será aprovado pelos socialistas.

Ainda sobre o caso, Manuel Pizarro entende que os portugueses “têm hoje toda a informação necessária para fazer o devido julgamento político”, num caso de alegada cunha movida pela Presidência da República, através do filho de Marcelo Rebelo de Sousa, mas que também terá tido conhecimento de governantes.

Sobre estas suspeitas, o ex-ministro da Saúde refere que a IGAS clarificou que a marcação da consulta para as gémeas que sofriam de atrofia muscular espinhal tipo 1 foi feita “em função de contactos feitos, nomeadamente ao nível do então secretário de Estado da Saúde”, António Lacerda Sales.

“Quero acreditar que essa aceleração foi feita por razões de natureza humanitária, mas não há dúvida nenhuma que não foram cumpridas as normas administrativas”, admitiu.

Mesmo perante este cenário, Manuel Pizarro defende uma investigação “transparente e clara” por parte da IGAS, criticando o Chega, que diz pretender “alimentar uma guerrilha institucional contra o Presidente da República”.

Como o próprio anterior governante lembrou à CNN Portugal, o Chega tem o poder de marcar essa comissão sozinho, algo que André Ventura já anunciou que vai fazer, mesmo que não haja acordo com o PSD.

É nesse sentido que Manuel Pizarro se congratula com a decisão da direção do PS de “deixar o Chega, se quiser, alimentar sozinho esta guerrilha”.

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