Justin tinha cinco anos quando foi encontrado morto. 35 anos depois de o caso ter sido arquivado, os culpados estavam mesmo ali

CNN , Emma Tucker e Raja Razek
20 jan, 19:00
Justin Lee Turner (WCIV)

Cerca de 35 anos depois do corpo de um rapaz de cinco anos ter sido encontrado perto da residência da família, na Carolina do Sul, o pai e a madrasta da criança foram detidos e acusados da sua morte, revelaram as autoridades.  

Victor Lee Turner e Megan Lee Turner, que anteriormente se chamava Pamela, foram detidos na quarta-feira e acusados da morte de Justin Lee Turner, que morreu em 1989, depois do gabinete do Xerife do Condado de Berkeley, em Moncks Corner, ter reaberto o caso arquivado em 2021, revelou o gabinete do xerife em comunicado de imprensa.  

O caso foi revisto para a "possível aplicação de tecnologia nova ou não utilizada" em abril de 2021, o que levou a polícia a reavaliar as provas físicas da cena do crime e da autópsia, segundo o gabinete. O comunicado acrescenta que as provas foram então submetidas para serem analisadas por patologistas forenses e pelo laboratório forense da Divisão de Polícia da Carolina do Sul. 

A investigação acabou por desencadear acusações contra o casal e a sua detenção na residência em Cross Hill, antes de serem transportados para o Centro de Detenção de Hill-Finklea, onde permanecem detidos.  

A CNN está a tentar identificar e contactar os advogados de Victor e Megan Turner para obter declarações.  

Um depoimento enviado à CNN pelo gabinete do xerife revela que os Turner comunicaram indevidamente o desaparecimento do filho ao gabinete do xerife a 3 de março, alegando que este nunca saiu do autocarro escolar. No entanto, testemunhas confirmaram que a criança nunca esteve no autocarro nem foi à escola nesse dia.  

O documento adianta ainda que os investigadores acreditam que o rapaz foi morto no final da noite de 2 de março ou na madrugada de 3 de março de 1989.  

Dois dias depois de ter sido dado como desaparecido, o corpo de Justin foi encontrado pelos detetives dentro da caravana do casal na propriedade da família, perto de casa.  

Victor Lee Turner, à esquerda, e Megan Turner, à direita (Foto: WCIV)

"A localização específica no interior da caravana, onde o corpo foi escondido pelo infrator, sugere uma grande familiaridade com a caravana e com a sua disposição", lê-se no documento, que refere que apenas o casal possuía as chaves que davam acesso ao veículo.  

A investigação do local do crime, a análise forense e os resultados da autópsia estabeleceram que Justin "morreu de asfixia devido a estrangulamento com uma ligadura pouco tempo depois de ter consumido a sua última refeição", revela o documento.  

O rapaz morreu "perto da altura em que foi visto com vida pela última vez", dizem os depoimentos, que citam o relatório do patologista forense. Os resultados da autópsia também confirmaram que Justin morreu "pouco tempo depois de ter consumido a sua última refeição".  

Em última análise, segundo os depoimentos, a investigação determinou que os Turner foram as "últimas e únicas pessoas" a verem o filho vivo e a interagirem com ele antes da sua morte.  

Durante a investigação, os detetives determinaram que Justin não deixou a residência da família por vontade própria e foi "levado da residência para a caravana".  

A análise laboratorial forense da Divisão de Polícia da Carolina do Sul determinou que a "ligadura" encontrada no interior da residência de Turner tem as características físicas capazes de causar as feridas de estrangulamento encontradas no pescoço da criança, refere o documento. As provas de fibra recolhidas da ligadura, que é algo utilizado para amarrar, revelaram ser "física e quimicamente" consistentes com o material retirado do colarinho da camisa da criança, de acordo com o documento.

A investigação determinou que a ligadura recuperada da residência era "uma arma provável usada para estrangular e matar intencionalmente a vítima”.

E.U.A.

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