Puigdemont anuncia regresso a Espanha para "acabar o trabalho" da independência da Catalunha

21 mar, 18:53

Separatista catalão arrisca a detenção mal pise os pés em Espanha

Carles Puigdemont anunciou esta quinta-feira que se vai candidatar nas eleições regionais da Catalunha, que acontecem em maio. O separatista catalão abre, assim, a porta a um regresso ao país, de onde saiu depois da tentativa falhada de conseguir a independência da região.

Com esta decisão, Carles Puigdemont arrisca ser detido mal regresse a Espanha, sendo que, em paralelo, esta decisão também pode significar consequências para o governo nacional e para os movimentos independentistas que proliferam em Espanha, e que não se limitam à Catalunha.

Num discurso a partir da cidade francesa de Elne, o separatista catalão garantiu que quer "acabar o trabalho" iniciado em 2017, depois de os cidadãos catalães terem votado a favor de um referendo pela independência da região, algo que não foi aceite pelo governo nacional, até porque a Constituição o proíbe.

"Nada do que fiz e decidi nos últimos seis anos e meio pode ser compreendido se não se tiver em mente, independentemente de se partilhar ou não, o que nos levou ao exílio", afirmou, criticando uma "repressão" que levou a um exílio.

"Era necessário proteger, acima de tudo, as instituições do nosso país", acrescentou, admitindo que a saída de Espanha o terá impedido de tomar "decisões incómodas" em Espanha.

Carles Puigdemont reconheceu que "todo este trabalho não saiu de borla", havendo "custos pessoais" que as autoridades espanholas quiseram aplicar para "debilitar as nossas convicções".

"Posso dizer-vos com orgulho que, seis anos e meio depois, todas as tentativas de nos arrastar por um caminho de desistência ou humilhação fracassaram", concluiu, anunciando aí que "não nos derrotaram e estou aqui para acabar o trabalho".

Nos últimos dias, o seu partido, o Juntos pela Catalunha (JxCat), tem vindo a promover a possibilidade de Carles Puigdemont encabeçar a candidatura, tendo ele próprio manifestado a sua convicção de que poderia estar na Catalunha para o debate de investidura, apesar de neste momento ainda não ter sido aprovada uma controversa lei de amnistia para separatistas catalães.

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