330 homens vão receber a cada hora um diagnóstico de cancro da próstata, mortalidade em risco de quase duplicar: alerta para 2040

5 abr, 12:36
Próstata (Freepik)

Cancro da próstata é o mais diagnosticado nos homens portugueses. A tendência é global

O número de diagnósticos de cancro da próstata vai duplicar nas próximas duas décadas, passando de 1,4 milhões de casos em 2020 para 2,9 milhões em 2040. Contas feitas: a cada hora 330 homens vão receber um diagnóstico de cancro da próstata.

Os números foram divulgados quinta-feira no relatório da Comissão Lancet sobre o cancro de próstata, que alerta ainda para o facto de se esperar uma escalada na taxa de mortalidade associada a esta neoplasia. “Estimamos que as mortes por cancro da próstata aumentem 85% face aos 375.000 em 2020, para perto de 700.000 até 2040”, lê-se no documento.

Segundo os dados mais recentes do Registo Oncológico Nacional (RON), referentes a 2020, o cancro da próstata é o mais diagnosticado nos homens portugueses, tendo sido detetados nesse ano 5.776 novos casos da doença. Mas a tendência é global: o cancro da próstata é o que mais afeta os homens em todo o mundo e só na Europa é responsável por 330 mil novos casos todos os anos.

Mas apesar de ser o mais comum não é o que mais mata em Portugal. Nos homens, a seguir ao pulmão (19,4%), o cancro que provocou mais mortes em 2020 foi o do colorretal (13,2%) e o da próstata (11,3%), segundo o RON.

Para os autores do relatório, o combate a este cancro é um dos maiores desafios dos próximos anos, uma vez que reconhecem que “este aumento de casos não pode ser evitado apenas através de mudanças no estilo de vida ou de intervenções de saúde pública e os governos precisam de preparar estratégias para lidar com isto", mesmo sabendo que o mundo vai andar a dois ritmos, sendo notórias as diferenças de acesso e tratamento até em países mais desenvolvidos, como é o caso dos Estados Unidos, onde os cidadãos “não podem” ter acesso a “cuidados de alta qualidade” devido “à cobertura inadequada do seguro [de saúde]”.

Tal como acontece para qualquer outro tipo de cancro, o diagnóstico precoce é a melhor arma de arremesso e aquela que pode permitir colocar um travão à mortalidade, mas, para tal, lê-se no estudo, “os sistemas de diagnóstico precoce precisam de incorporar novas combinações de pessoal e integrar o poder crescente da inteligência artificial para auxiliar na interpretação de exames e amostras de biópsia”.

Os membros da comissão apelam ainda à formação de mais “cirurgiões especializados” e ao investimento em equipamentos de radioterapia, especialmente nos países com menos poder económico, onde a doença pode ser mais devastadora.

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