Bombeiros Sapadores bloquearam estrada em protesto contra a Câmara de Setúbal

Agência Lusa , AM
19 jul 2023, 23:27
(LUSA)

Gota de água que motivou a “ação de protesto espontânea” dos bombeiros foi a retirada do subsídio de turno pela Câmara Municipal de Setúbal, mas os bombeiros consideram que a autarquia sadina não está a respeitar os seus direitos laborais

Dezenas de bombeiros sapadores de Setúbal bloquearam hoje a estrada em frente ao quartel, na zona do Montebelo, em protesto contra a decisão da Câmara Municipal de lhes retirar o subsídio de turno, disse à agência Lusa fonte sindical.

A estrada foi temporariamente bloqueada com duas viaturas dos bombeiros, que, entretanto, foram removidas cerca das 19:30 pelo forte dispositivo da PSP que foi mobilizado para o local.

Segundo revelou à agência Lusa fonte sindical, a gota de água que motivou a “ação de protesto espontânea” dos bombeiros foi a retirada do subsídio de turno pela Câmara Municipal de Setúbal, mas os bombeiros consideram que a autarquia sadina não está a respeitar os seus direitos laborais.

“A Câmara de Setúbal decidiu agora retirar-lhes o subsídio de turno (25% do salário), o que é ilegal. É mais uma represália da Câmara de Setúbal por estarem em greve há mais de oito meses”, disse Ricardo Cunha, do Sindicato Nacional de Bombeiros Sapadores (SNBS).

“A Câmara de Setúbal entende que o subsídio de turno não é para ser pago, porque os bombeiros já recebem pela atividade permanente”, frisou Ricardo Cunha, assegurando que o sindicato nada teve a ver com a ação de protesto desencadeada hoje à tarde contra a decisão camarária, mas que não deixará de apoiar os seus associados.

De acordo com o sindicalista, os bombeiros sapadores de Setúbal, embora estejam em greve há mais de oito meses, nunca deixaram de assegurar todos os serviços de socorro à população.

O SNBS apresentou há meses uma queixa-crime no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Setúbal, contra o presidente da Câmara Municipal, André Martins, e a vice-presidente, Carla Guerreiro, porque a autarquia determinou que fosse o comandante da corporação a indicar os elementos afetos aos serviços mínimos, competência que, em termos legais, considera ser do sindicato.

Além de contestar algumas decisões da maioria CDU na Câmara de Setúbal para a corporação, por considerar que são lesivas dos interesses dos bombeiros, o sindicato reclama também o afastamento do comandante da corporação, que, acusa de levantar “processos disciplinares sem sentido”.

De acordo com o sindicato, muitos desses processos têm sido arquivados, mas não deixam de causar desgaste e transtorno psicológico aos visados.

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