Mariana Mortágua: “Extrema-direita vai querer introduzir na sociedade e no Parlamento uma cultura de ódio”

3 fev 2022, 00:00

Bloquista considera que o PS vai "fazer o que quer" e que a vontade do seu partido em participar no debate "não diminuirá"

Mariana Mortágua esteve na CNN Portugal nesta quarta-feira à noite. A deputada bloquista abordou os resultados das eleições do passado dia 30 de janeiro, que resultaram numa maioria absoluta do PS, numa queda acentuada de deputados do Bloco de Esquerda e na subida da representação de extrema-direita no Parlamento.

Sobre este último tema, Mortágua afirma que o bloco lutará contra o Chega que, segundo a bloquista, “vai querer introduzir na sociedade e no Parlamento uma cultura de ódio, uma cultura de medo, uma cultura de baixo debate político”.

“Será difícil fazer um trabalho no Parlamento neste contexto, mas os deputados do Bloco são uma garantia de qualidade no debate”, afirmou.

Em relação à eventual eleição de um deputado do Chega para a vice-presidência da Assembleia da República, Mortágua reitera que o partido acompanhará “a posição maioritária do Parlamento Europeu e da ex-chanceler Angela Merkel na Alemanha, que é de fazer uma barreira à extrema-direita. Não pode ser credibilizada, nem banalizada”.

“Votaremos contra qualquer lista que contenha um elemento do Chega. São representantes do pior que há no sistema, da corrupção, dos piores interesses financeiros”, atirou.

A bloquista aponta também o dedo a Rui Rio, por ter “legitimado e tentado relativizar as posições extremistas” do partido de André Ventura.

Sobre a maioria absoluta conquistada pelo PS, Mortágua não tem dúvidas

“Maioria absoluta é maioria absoluta, poder absoluto é poder absoluto. Um partido com poder absoluto só faz o que quer”, disse, questionando a disponibilidade dos socialistas em negociar com maioria absoluta quando, na altura em que precisavam de negociar com a esquerda, não o fizeram.

A queda da representação bloquista no Parlamento, passando de 19 para cinco deputados, é uma “derrota que é preciso assumir”, afirma Mortágua, ressalvando que “não diminuirá a vontade de intervenção” do partido no Parlamento. Pelo meio, uma bicada a José Luís Arnaut que, na segunda-feira, nos estúdios da CNN Portugal, afirmou que a vida de António Costa estaria mais facilitada “sem as meninas do Bloco a chatear”.

"Lamento desiludir José Luís Arnaut, mas as meninas cá continuam", atirou.

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