Biden e Trump vencem eleições primárias no estado de Nova Iorque

Agência Lusa , AM
3 abr, 06:45
Trump vs. Biden (Getty Images)

Ambos os candidatos já haviam conseguido os delegados necessários para garantir as nomeações dos seus partidos nas convenções que se realizarão no verão

O Presidente norte-americano, Joe Biden, venceu na terça-feira as primárias democratas no estado de Nova Iorque, assim como o antigo chefe de Estado Donald Trump, que foi o candidato mais votado na eleição republicana.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), com 58% dos votos apurados, Joe Biden conseguiu 91,6% do apoio na corrida democrata. 

Já Trump reuniu 81% dos votos nas primárias republicanas de Nova Iorque, num momento em que 52% dos votos foram contabilizados.

Ambos os candidatos já haviam conseguido os delegados necessários para garantir as nomeações dos seus partidos nas convenções que se realizarão no verão.

Além de Nova Iorque, Biden e Trump, que já não enfrentam adversários com grande visibilidade mediática, venceram facilmente as primárias em Rhode Island, Connecticut e Wisconsin na noite de terça-feira.

A vitória de ambos, embora não seja surpreendente, oferece, no entanto, pistas sobre o entusiasmo entre os eleitores acerca daquela que será uma repetição do cenário eleitoral de 2020, e que deixou a maioria dos norte-americanos desiludida.

Biden tem enfrentado oposição de ativistas que encorajam os democratas a votarem em branco, em protesto pela forma como o atual chefe de Estado tem apoiado Israel na guerra com o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, e alguns críticos republicanos de Trump ainda votam em rivais que já desistiram da corrida eleitoral como forma de manifestarem o seu descontentamento.

Em Nova Iorque, Steve Wheatley, um republicano de 70 anos, disse à AP que gostaria que houvesse mais candidatos para escolher. O eleitor votou na ex-embaixadora junto à ONU Nikki Haley, embora a candidata já tenha abandonado a competição.

“Precisamos de candidatos mais jovens com ideias novas para concorrer à Presidência”, afirmou Wheatley.

Theresa Laabs, uma eleitora de 55 anos de Kenosha, no Wisconsin, contou à AP que a sua família está a sentir o impacto do aumento dos preços dos alimentos e da gasolina, mas indicou que votou em Biden nas primárias democratas porque sente que o Presidente está a trabalhar para aliviar a inflação.

“Entendo que o problema agora é a economia e espero que Joe Biden continue a trabalhar ainda mais nos próximos quatro anos para tentar reduzir os preços e tornar as coisas mais fáceis para as famílias trabalhadoras”, disse Laabs.

Em termos de arrecadação de fundos, Biden e o Comité Nacional Democrata ultrapassaram Trump e os republicanos.

Biden conquistou o recorde de arrecadação de fundos num único evento na semana passada, quando conseguiu 26 milhões de dólares (24,1 milhões de euros) num evento repleto de estrelas em Nova Iorque que reuniu grandes nomes do mundo do entretenimento, além dos antigos presidentes democratas Barack Obama e Bill Clinton.

Biden defende direito ao aborto e Trump ataca imigrantes na pré-campanha

O presidente e candidato presidencial democrata dos EUA, Joe Biden, apelou terça-feira à defesa do direito ao aborto, enquanto o seu adversário, o republicano Donald Trump, prosseguiu a retórica anti-imigração, quando faltam sete meses para as eleições.

A campanha de Biden acusou Trump de querer proibir o aborto em todo o país, se regressar à Casa Branca.

Os democratas lançaram uma campanha publicitária de promoção dos direitos reprodutivos um dia depois de o Supremo Tribunal do Estado da Florida ter aberto o caminho à proibição do aborto às seis semanas.

O Supremo Tribunal dos EUA, de maioria conservadora, com três juízes nomeados durante a presidência de Trump, terminou em 2022 com a proteção constitucional do aborto, após o que vários Estados controlados pelos republicanos restringiram ou proibiram a interrupção da gravidez.

Já Trump acudiu a “um banho de sangue” na fronteira, durante uma iniciativa no Estado do Michigan, em alusão à chegada de milhares de migrantes todos os meses, pelo que responsabilizou Biden.

Esta não é a primeira vez que o magnate usa a expressão. Em março usou-as para avisar as consequências possíveis se perder as eleições de novembro, o que provocou a indignação dos democratas, que o acusaram de incitar à violência.

Desta vez, usou a imagem para atacar Biden e “os estrangeiros ilegais”, a quem, disse, não se podem chamar pessoas mas sim “animais”.

Trump já tinha dito que estas pessoas sem documentos não são pessoas e acusou-as de “envenenar o sangue” dos EUA, um conceito já utilizado por Adolf Hitler.

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