Liga Europa: Benfica-Marselha, 2-1 (crónica)

Rafael Vaz , Estádio da Luz, Lisboa
11 abr, 21:57

A mesma fórmula, agora com ressaca diferente – e um filme perigoso tantas vezes visto

A fórmula foi a mesma, a ressaca, essa, vai ser de certeza diferente.

O Benfica ganhou esta noite vantagem nos quartos de final da Liga Europa, ao vencer na receção ao Marselha, por 2-1, em jogo da primeira mão.

O regresso da águia às vitórias, que até podia ter tido outros contornos, mas que acabou com um filme tantas vezes esta época, com Roger Schmidt como protagonista.

Mas já lá vamos.

Aposta repetida, desta vez ganha

Apesar de os dois jogos com o Sporting terem dado dois dissabores, Schmidt terá gostado do que viu e não fez qualquer alteração no onze, com Casper Tengstedt a ganhar a luta por uma vaga no ataque.

FILME E FICHA DE JOGO.

A aposta, diga-se, surtiu efeito.

Tengstedt não é o avançado mais refinado do Benfica, longe disso, mas oferece ao conjunto da Luz um trabalho que é do agrado do técnico alemão. E a equipa, coletivamente, agradece.

A abnegação do jovem dinamarquês compensa alguns problemas com bola, assim como a mobilidade que oferece. No primeiro golo, logo aos 16 minutos, foi dele o passe para Rafa fazer o 1-0.

Se os encarnados já estavam confortáveis, mais ficaram depois desse golo. A formação de Schmidt controlou sempre os acontecimentos durante a primeira parte e até esteve perto de ampliar a vantagem – Tengstedt e Neres não foram eficazes.

Um intervalo que merece ser falado

Ao intervalo, um dos momentos altos da noite: Sven Göran Eriksson, a atrevessar um problema delicado de saúde, esteve na Luz e foi ao relvado para uma bonita e emocionante homenagem do estádio, com muitos antigos jogadores presentes.

Dentro de campo, a equipa lisboeta também parecia querer dar continuidade ao antigo treinador do clube. O controlo da partida manteve-se nos mesmos intérpretes, e Neres e Di María combinaram com mestria aos 52 minutos para o 2-0.

Schmidt e uma resistência que deu vida ao adversário

Vitória no bolso, o jogo estava até mais para o 3-0 do que para o 2-1, tal era a desorganização do Marselha, uma equipa que tem sido marcada pelo caos esta temporada – esta noite não foi exceção.

Só que o filme voltou a repetir-se: o Benfica começou a acusar algum cansaço físico, Roger Schmidt ofereceu resistência a fazer alterações – tirou por exemplo Neres ao minuto 71, quando Di María parecia bem mais agastado –, e o Marselha cresceu.

O estádio começou a ficar impaciente, com alguns assobios pelo meio, e pior ficou quando Aubameyang reduziu para 2-1 aos 67 minutos, após um erro de António Silva.

Aguentou o Benfica a vantagem, apesar de alguns sustos na baliza de Trubin, mas fica a ideia de que o Marselha reentrou na partida mais por demérito do adversário do que por mérito próprio – os assobios dos adeptos encarnados após o apito final parecem atestar isso mesmo.

Agora, daqui a uma semana, os pupilos encarnados têm de enfrentar o inferno do Vélodrome. E um golo é uma vantagem demasiado ténue para deixar algum benfiquista dormir descansado até lá.

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