Taarabt: «Joguei no Milan e Tottenham, mas o Benfica é outro nível»

7 mar 2023, 18:38
Adel Taarabt (está a treinar com o Benfica B)

Médio marroquino destacou a organização e a preocupação dos encarnados com os jogadores, além de ter elogiado a mentalidade dos portugueses

Adel Taarabt deixou o Benfica no verão, mas ainda não esqueceu a organização e profissionalismo que encontrou na Luz e que, segundo o próprio, nunca viu igual. Numa entrevista ao portal francês 90football, o médio marroquino contou que ficou surpreendido assim que chegou a Portugal, em 2015.

«Os portugueses têm a melhor mentalidade. Quando saí de Londres, cheguei a Lisboa de Ferrari. Cheguei ao parque de estacionamento e sabes que carros é que vi? 307, Peugeot, 407… É para isto que jogas? As pessoas diziam-me: ‘Os portugueses não são assim’. Sabes como se vestiam? Adidas, Nike… Nada de Givenchy, Balmain, Dolce & Gabbana, esquece isso. Vendi o Ferrari, comprei um Mercedes Classe A, que vida! Vida magnífica, simples. Nada de dar espetáculo», afirmou.

Taarabt destacou que todos os jogadores das águias usavam roupas e malas do clube e até brincou com a situação. «Nunca poupei tanto na minha vida como lá. Nunca ia às compras. Cheguei ao Benfica e passei quatro ou cinco meses sem tocar no meu cartão de crédito.»

«Cheguei aos 27 anos, fizeram-me entender que não tinha desculpas. Quando vais para o relvado, se não rendes, é culpa tua. Toda a organização… pequeno almoço no clube, depois do treino almoças lá e à noite mandavam o jantar para casa», contou.

«Por causa do covid, estivemos seis meses em casa. Sabes o que fizeram? Traziam compras todos os dias, iam a casa de todos os jogadores, deram-nos um iPad… pedias o que quisesses e entregavam. Uma organização que nunca verás na vida. Vais para o hotel, tens uma pulseira, sabem a que horas vais dormir. É uma loucura a nível de tecnologia», prosseguiu.

«É o clube que mais me chocou. As pessoas dizem-me que joguei no Milan e no Tottenham, mas o Benfica é outro nível. É Liga dos Campeões. Quando cheguei ao Benfica, vi os rapazes, com 15 anos, e fiquei chocado. Antes do treino no ginásio, depois do treino no ginásio», recordou ainda.

O internacional marroquino destacou que o salário não podia ultrapassar 1,8 milhões de euros anuais, mas que ainda assim muitas das estrelas que saem da Luz querem regressar.

«Di María, David Luiz, Matic, Witsel, todos dizem que querem voltar. É incrível, é a felicidade. O Bernardo [Silva] está no Manchester City e quer voltar ao Benfica, não existe como eles noutro lado», vincou.

Taarabt recordou também a preparação física de Rúben Dias, que um dia o convidou para trabalhar com o seu preparador físico. «Em Inglaterra, se tivesse mais três ou quatro quilos nem importava», brincou.

«Disse aos ingleses que Rúben Dias os ia chocar. Eles duvidaram por causa da qualidade dos avançados da liga portuguesa mas ele foi o melhor jogador na primeira época. A vida deles é futebol, é a mentalidade. Ele não ia para a discoteca à noite. Ele ficava em casa com a família. [Os portugueses] conhecem as companheiras aos 13 anos no colégio, não andam com modelos ou influencers», concluiu.

Ao serviço do Al Nasr, dos Emirados Árabes Unidos, Taarabt leva 21 jogos, seis golos e três assistências.

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