BCP cai quase 8% após venda de ações pela Fosun

ECO - Parceiro CNN Portugal , Flávio Nunes
23 jan, 09:00
Bolsa de Lisboa (Getty Images/ Picture Alliance)

Banco liderado por Miguel Maya sob forte pressão após venda de ações pela Fosun. Queda dos títulos arrasta PSI para perdas e coloca Lisboa em contraciclo com as bolsas europeias

O BCP está a enfrentar forte pressão nos primeiros minutos de negociações na bolsa de Lisboa. Os investidores estão a vender ações do banco depois de se saber que a Fosun, o maior acionista, alienou esta segunda-feira uma posição de 5,6%, por cerca de 235,2 milhões de euros, ao preço de 27,8 cêntimos cada título.

Nos primeiros dez minutos de negociações, o BCP chegou a cair 7,9%, para pouco mais de 26 cêntimos por ação. Entretanto, os títulos recuperaram ligeiramente, continuando, todavia, a registar uma desvalorização intradiária em torno dos 6% cerca de 20 minutos após a abertura.

A pressão vendedora surge em reação ao desinvestimento da Fosun no BCP. O grupo chinês vendeu esta segunda-feira 5,6% do capital do banco português, ao preço de 27,8 cêntimos por ação, conseguindo uma mais-valia estimada de 176,6 milhões de euros. Também ficou patente que, antes desta operação, a Fosun já tinha vendido uma posição de cerca de 4%, pois chegou a deter 29,45% do capital em junho do ano passado.

Com o negócio desta semana, a Fosun mantém-se o principal acionista, com 20,04% do capital do BCP. “O BCP foi informado que a intenção da Fosun é de manter uma participação acima dos 20%, permanecendo como acionista de referência”, disse ao ECO fonte oficial do BCP na segunda-feira. Por sua vez, a Fosun assegurou que “continuará a apoiar o desenvolvimento” da instituição e que a redução “não tem qualquer relação com a situação financeira e de cash flow” da empresa. A Fosun enfrenta a gestão de uma dívida de quase 40 mil milhões de euros.

Queda do BCP atira Lisboa para o vermelho

O BCP é a empresa com o pior desempenho em Lisboa esta terça-feira e está a arrastar a praça nacional para terreno negativo. Num dia em que as principais praças europeias negoceiam em terreno positivo, com o Stoxx 600 a somar 0,3%, o PSI cedia 0,73%, para 6.289 pontos, também castigado pelas cotadas do grupo EDP. A EDP Renováveis caía 0,76%, enquanto a “casa-mãe” perdia 0,66%.

Apesar deste cenário, a maioria das cotadas do PSI negociavam com ganhos, com destaque para a subida de 2,58% da Navigator e de cerca de 2% da Altri. Já a Mota-Engil somava 1,97%, para 4,925 euros, no rescaldo do anúncio de que venceu contratos de 975 milhões de euros em Angola e México.

À mesma hora, os CTT somavam quase 1% e a Sonae valorizava 0,51%, ambas contribuindo para travar as perdas na praça lisboeta. A Galp Energia estava a ganhar 0,29%, num dia em que os preços do petróleo Brent registam uma subida da mesma dimensão, para 80,27 dólares por barril.

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