Apple deixa de ser a empresa mais valiosa do mundo. Uma petrolífera volta ao topo

CNN , Michelle Toh
12 mai 2022, 12:54
Apple

Saudi Aramco eclipsa a Apple para se tornar mais uma vez a empresa mais valiosa do mundo

A Saudi Aramco ultrapassou a Apple como a empresa mais valiosa do mundo, em resultado do recente aumento nos preços do petróleo, que impulsionaram a gigante da energia este ano.

A Aramco vale agora cerca de 2,43 biliões de dólares [2,32 biliões de euros], em comparação com os 2,37 biliões de dólares [2,27 biliões de euros] da Apple, segundo dados da Refinitiv.

As capitalizações bolsistas [valor total das empresas em Bolsa] flutuam com frequência: no início deste ano, a Apple atingira a marca de três biliões de dólares, tornando-se a primeira a fazê-lo e tornando-se também de longe a empresa mais valiosa do planeta. Num determinado ponto, a Aramco também atingiu essa trajetória, após uma oferta pública inicial histórica em 2019, que impulsionou a sua avaliação para dois biliões de dólares.

Mas os últimos movimentos do mercado de capitais mostram o quanto mudaram recentemente as perspetivas em relação aos produtores de energia e de tecnologia.

Este ano, os preços do petróleo subiram para recordes, principalmente devido a preocupações com interrupções nos fornecimentos da Rússia desde a invasão da Ucrânia. O petróleo Brent, referência global, subiu cerca de 36% desde o início do ano, estando a ser negociado em torno dos 106 dólares por barril.

Esse factor impulsionou “players” como a Saudi Aramco, cujas ações já subiram este ano 27%. Enquanto isso, as ações da Apple caíram mais de 17% desde janeiro.

A fabricante do iPhone foi recentemente sobrecarregada com grandes dores de cabeça na cadeia de logística, principalmente na China, onde várias das fábricas dos seus fornecedores foram temporariamente apanhados nos confinamentos da covid-19 no país. No mês passado, a Apple alertou para grandes perdas relacionadas com a situação, dizendo que problemas de produção e logística podem afetar as suas vendas em até quatro e oito mil milhões de dólares (3,84 e 7,7 mil milhões de euros) e durante este trimestre.

As restrições da Apple estão “centradas principalmente no corredor de Xangai”, disse o presidente executivo, Tim Cook, numa teleconferência sobre os resultados.

Dan Ives, diretor de análise de ações da Wedbush Securities, chamou ao impacto dos confinamentos “o albatroz para o trimestre de junho”, dizendo num relatório que os problemas da cadeia de fornecimentos da Apple na China provavelmente continuariam a ser a "maior preocupação" no curto prazo para os investidores. Mas as preocupações podem "diminuir" no segundo semestre do ano, quando a empresa deverá lançar um novo iPhone 14, acrescentou.

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