AO MINUTO | CNN Town Hall: João Galamba, Duarte Cordeiro e Maria do Céu Antunes debatem o Estado da Nação
GUIA DE LEITURA
Governo quer aumentar em 30% apoio à produção agrícola, anuncia ministra
No CNN Town Hall - Estado da Nação, a ministra da Agricultura e da Alimentação Maria do Céu Antunes garantiu que o Governo pretende “aumentar, pelo menos, em 30% o apoio” aos territórios onde houve um “abandono da atividade agrícola”
“Se olharmos para a distribuição dos apoios à produção agrícola em Portugal, percebemos claramente que as zonas onde há mais incêndios, há menos apoios disponíveis”, explicou.
Siga ao minuto:
Viagens de comboio que substituem voos até 2030, o "otimismo" de Galamba nas greves na CP e aumentos dos apoios agrícolas: as cinco novidades do CNN Town Hall
“Ao fim dos setes anos, os mesmos senhores o que dizem? Precisamos dos privados”
Sebastião Bugalho, comentador da CNN Portugal, destaca o facto de João Galamba ter aberto as portas ao setor privado para resolver os problemas que a CP tem vindo a enfrentar.
“Ainda não passaram dez anos da Geringonça, onde estes senhores eram os grandes inimigos do capitalismo”, ironizou, dizendo que a declaração “foi a perfeita ilustração” daquilo que é o Estado e do Governo.
“A CP tinha de ser toda pública, toda pública, toda pública, ao fim dos setes anos, os mesmos senhores o que dizem? Precisamos dos privados”.
Cristina Azevedo: “A orgânica do governo é uma orgânica do século XIX”
Cristina Azevedo analisa o debate do Estado da Nação do CNN Town Hall e não hesita em tecer duras críticas ao Governo de António Costa, que diz ter “uma orgânica do século XIX”.
A comentadora da CNN Portugal diz que “as conclusões do ponto de vista prático, daquilo que pode ser o ponto de vista do país” do debate desta terça-feira culminou em resultados que “são obviamente muito frágeis”. E mais uma vez, volta a apontar o dedo ao Executivo: “o programa do Governo é um texto redondo, muito pouco esclarecedor”.
Termina aqui o terceiro dia do CNN Town Hall
“Estou otimista”. Galamba acredita ter “condições para resolver para evitar problemas” da CP na JMJ
No CNN Town Hall - Estado da Nação, o ministro das Infraestruturas considerou que “é normal que haja mais greves”, mas defende que o “dever” do Executivo é “na medida do possível, estar sempre abertos ao diálogo e à negociação”.
Quando questionado se tem condições para resolver a questão da CP até à Jornada Mundial da Juventude, o ministro mostrou-se hesitante, mas disse estar “otimista”.
Galamba assume-se "otimista" na resolução das greves da CP até às JMJ
Questionado sobre se espera resolver a tempo das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) as greves da CP, o ministro das Infraestruturas assume-se "otimista" de que haverá "condições para resolver e evitar problemas, não só nas JMJ, mas daqui para a frente".
"Espero conseguir trazer definitivamente a paz social à CP", admitiu.
Percentagem da TAP que Governo quer privatizar deve ser conhecida “antes de outubro”, diz Galamba
Sem se alongar em detalhes, o ministro das Infraestruturas garantiu, esta terça-feira, que “será brevemente” conhecido o decreto-lei que irá revelar a percentagem da TAP que o Governo quer privatizar. Segundo João Galamba, o brevemente “em princípio não será este mês”. “Seguramente antes de outubro”.
Governo quer aumentar em 30% apoio à produção agrícola, anuncia ministra
No CNN Town Hall - Estado da Nação, a ministra da Agricultura e da Alimentação Maria do Céu Antunes garantiu que o Governo pretende “aumentar, pelo menos, em 30% o apoio” aos territórios onde houve um “abandono da atividade agrícola”
“Se olharmos para a distribuição dos apoios à produção agrícola em Portugal, percebemos claramente que as zonas onde há mais incêndios, há menos apoios disponíveis”, explicou.
"Continua a haver supressões e falhas no serviço da CP, mas são muito menores do que há uns anos", diz Galamba
Uma das questões dirigidas pelo público diz respeito à gestão da CP e às constantes greves da transportadora ferroviária. Sobre este assunto, o ministro João Galamba reconhece que a ferrovia é "um desafio muito grande deste Governo", até pelo desinvestimento dos últimos anos, mas garante que o executivo está a trabalhar na melhoria do serviço, desde logo com a reabilitação de locomotivas adquiridas em Espanha e que envolveu "uma larga fileira industrial", nomeadamente "muitas PMEs e até micro-empresas".
"Estamos a tentar melhorar o serviço pela recuperação, reabrimos oficinas, recuperámos material que estava encostado, comprámos a Espanha material que, uma vez remodelado, está em ótimas condições. Fizemos um primeiro concurso para 22 comboios, e teremos, em princípio, a entrega do primeiro ainda este ano, e está em curso o maior concurso de sempre da CP para 117 comboios. Estamos a fazer o esforço, lentamente, porque isto não se resolve de um dia para o outro. Fazer comboios demora tempo", assume.
Ministra da Agricultura rejeita "condicionar as escolhas" de produção dos agricultores para responder às alterações climáticas
No âmbito do combate às alterações climáticas e do cenários de seca extrema e severa, a ministra da Agricultura é questionada sobre se existe um plano de reestruturação do tipo de cultura agrícola de acordo com os recursos hídricos de cada região do país.
Maria do Céu Antunes responde da seguinte forma: "Nós não podemos condicionar as escolhas porque as escolhas dos nossos agricultores têm a ver com o rendimento que tiram dessa mesma produção."
"O que podemos fazer é incentivar a que tenham comportamentos do ponto de vista da produção que, em primeiro lugar, lhes garanta o rendimento. Um dos problemas que temos na agricultura é a renovação geracional. Precisamos de mais jovens na agricultura. Com isto, precisamos precisamos de trabalhar diversas dimensões, como o uso da água, o solo, a escolha das plantas e estamos a incentivar, do ponto de vista das políticas públicas, a escolhermos as raças autóctones, as nossas variedades regionais, mas que possam também ter os incentivos do ponto de vista financeiro", apontou.
“Não é fácil quando num Governo saem 13 pessoas”
Duarte Cordeiro garantiu que o Governo está unido que é “equipa coesa”, mas não deixou de apontar as dificuldades sentidas. “Não é fácil quando num Governo saem 13 pessoas, quando somos confrontados com um conjunto de dificuldades acresce dias no dia a dia, não é fácil, claro que não é”, afirmou durante o CNN Town Hall.
Para Galamba, SIS é “tema ultrapassado”, mas frisa: “Eu não liguei ao SIS, eu não dei orientações para ligar ao SIS”
João Galamba voltou a desmarcar-se do polémico episódio do SIS. Durante o CNN Town Hall, o ministro das Infraestruturas garantiu que não ficou “de todo” incomodado com o facto de o secretário de Estado adjunto não ter confirmado a sua versão dos factos.
“Não negou nada do que eu disse. Considero esse tema ultrapassado. Não me sinto de todo incomodado”, afirmou e voltou a reiterar que não fez a chamada para o SIS.
“Eu não contactei SIS nenhum”, disse o ministro das Infraestruturas, garantindo ainda que não indicou à sua chefe de gabinete para que o fizesse. “Não foi nada disso o que aconteceu, eu não liguei ao SIS, eu não dei orientações para ligar ao SIS”, explicou. No entanto, o ministro reconheceu que não faria tudo igual se o episódio voltasse a acontecer.
Duarte Cordeiro garante que o Governo duplicou a verba para a prevenção dos incêndios florestais desde 2017
Questionado sobre as medidas de combate aos incêndios florestais e recuperação das áreas ardidas, o ministro do Ambiente recorda que o Governo duplicou a verba para a prevenção dos incêndios florestais desde 2017 e elenca várias medidas que têm sido colocadas em prática, desde as faixas de gestão de combustível à reforma florestal.
Duarte Cordeiro cola-se a Adão e Silva. “Devemos viver num clima democrático em que a opinião dos membros do governo é considerada para o debate público”
“Subscrevo aquilo que Pedro Adão e Silva disse relativamente ao facto de os ministros terem opinião e devem expressar a opinião”, começou por dizer Duarte Cordeiro quando questionado sobre a polémica em torno das declarações do ministro da Cultura.
O responsável pela pasta do Ambiente e da Ação Climática defendeu que “devemos viver num clima democrático em que a opinião dos membros do governo é considerada para o debate público sem gerar aqui demasiada acrimónia”.
“Não há português que não considere que não tenha existido exageros na CPI, também subscrevo essa perspectiva. Inquéritos que duram a noite inteira? Não faz sentido, não precisamos disso na nossa democracia, não é necessário”, atirou.
Duarte Cordeiro adiantou ainda que, a seu ver, nas declarações de Pedro Adão e Silva não houve “nenhum desrespeito ao Parlamento, nem à CPI, nem aos deputados”.
Novo aeroporto em Santarém? "A distância é de facto longa, mesmo no panorama europeu"
É a vez dos professores e alunos da Universidade de Aveiro colocarem diretamente questões aos ministros. O ministro João Galamba é questionado sobre as suas declarações em torno da localização de Santarém como opção para o novo aeroporto.
"A distância é de facto longa, mesmo no panorama europeu. Não há, de facto, aeroportos principais a 80km. São raros e nunca são aeroportos principais", começou por responder.
Mas, acrescenta, a análise é multidimensional e a comissão técnica olha para outras dimensões, nomeadamente a dimensão ambiental, ressalva novamente o ministro das Infraestruturas.
TAP: "Estamos empenhados na concretização do processo de abertura de capital"
Questionado sobre o que poderá acontecer à TAP se Portugal perder o processo em tribunal europeu contra a ajuda de Estado à companhia aérea, tal como aconteceu com a Lufthansa, o ministro foi, mais uma vez, irredutível.
"Não vamos entrar em cenários hipotéticos. Estamos empenhados na concretização do processo de abertura de capital", respondeu.
Percentagem da reprivatização da TAP? "Será superior a 0% e inferior a 100%", ironiza Galamba
Questionado sobre qual a percentagem da TAP é que o Governo pretende reprivatizar, João Galamba remeteu o assunto para depois da publicação do decreto-lei nesse sentido.
"Isso será conhecido quando o governo publicar o decreto-lei, que será brevemente, em princípio não será este mês, mas seguramente antes de outubro", indicou.
Questionado sobre qual será a ordem de grandeza, o ministro das Infraestruturas ironizou: "Será superior a 0% e inferior a 100%."
"Se hoje os preços da energia não são uma das principais preocupações das famílias portuguesas, é porque todas as medidas que adotámos funcionaram"
O ministro do Ambiente assume não ter dúvidas que as medidas aplicadas pelo Governo para dar resposta ao aumento dos preços da energia tiveram resultados positivos.
"Se hoje os preços da energia não são uma das principais preocupações das famílias portuguesas, é porque todas as medidas que adotámos funcionaram", assumiu, referindo-se, entre outras, ao mecanismo que define os limites aos preços da eletricidade.
Duarte Cordeiro diz que secretário de Estado “não deveria ter dado a sua opinião” sobre localização do aeroporto
Duarte Cordeiro afirmou, esta terça-feira, que o secretário de Estado que tem a pasta da Conservação da Natureza, que se manifestou a favor de Santarém como localização para o novo aeroporto de Lisboa, “não deveria ter dado a sua opinião”, embora se tenha apressado que “a sua opinião não significa desrespeito pela comissão técnica independente”.
No CNN Town Hall - Estado da Nação, Duarte Cordeiro defendeu que o Governo escolheu uma comissão técnica independente para fazer um trabalho e, por isso, “temos de a deixar fazer o seu trabalho, temos de nos abster de opiniões”.
Ministro do Ambiente e da Ação Climática recusou comentar se concorda ou não com as declarações do secretário de Estado e com a localização mencionada, assim como não respondeu quando foi questionado se João Galamba também não deveria ter comentado o tema.
No entanto, o próprio João Galamba acabou por voltar a tocar no assunto: “Não me manifestei contra Santarém”, atirou o ministro das Infraestruturas, mantendo a sua posição de que, porém, é a localização mais distante da capital portuguesa.
Galamba assume-se "mais focado" no seu trabalho, que desempenha agora "com prazer"
Questionado sobre se não se sentiu fragilizado politicamente pelo facto de o secretário de Estado adjunto de António Costa não ter confirmado diretamente que aconselhou Galamba a contactar o SIS, o ministro respondeu que, quando muito, este episódio do SIS só o obrigou a "estar mais focado" no seu trabalho.
"De todo, o secretário de Estado não negou nada do que eu disse, considero esse tema ultrapassado", apontou.
"A exigência sobre o meu trabalho já era grande e aumentou e isso dá-me mais prazer. Sinto-me mais motivado a fazer sob pressão do que sem pressão", observou.