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IGAS vai investigar morte de grávida durante transferência hospitalar

O organismo quer saber, entre outros aspetos, o motivo para a transferência e em que circunstâncias ocorreu a morte da mulher

A Inspeção-Geral de Atividades em Saúde vai abrir uma investigação à transferência de uma utente grávida do Hospital de Santa Maria para o Hospital de São Francisco Xavier a 30 de agosto de 2022 e que levou à sua morte.

Num comunicado enviado às redações, o organismo diz que o processo de inspeção tem como “objetivo investigar a situação descrita” e perceber, entre outros aspetos, a razão pela qual a utente foi transferida entre as duas unidades hospitalares e “quem foram os responsáveis pela decisão de transferência e sob que pressupostos clínicos asseguraram que a utente poderia ser transferida em segurança”. 

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Na investigação, o IGAS pretende ainda averiguar “qual era a situação do Serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria na data da transferência da utente” e “em que circunstâncias ocorreu a morte da utente”, para além de tentar saber se existiam ou não “soluções alternativas e mais seguras à transferência da utente”.

A morte de mulher de 34 anos, grávida de 31 semanas, depois de ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória de 17 minutos durante a transferência de ambulância de Santa Maria para São Francisco Xavier, foi noticiada esta segunda-feira pela TVI/CNN Portugal. Horas depois, a ministra da Saúde Marta Temido apresentou a sua demissão.

A grávida terá sido encaminhada para o Hospital São Francisco Xavier porque o Hospital de Santa Maria não tinha vaga no Serviço de Neonatologia para internar o bebé quando fosse provocado o parto – uma medida que era necessário tomar com urgência para salvar a vida da mãe em casos de pré-eclampsia, como foi este. 

A diretora do Serviço de Obstetrícia do Hospital de Santa Maria, Luísa Pinto, afirmou esta segunda-feira, em declarações à CNN Portugal, que o hospital só tinha duas vagas e optou por manter uma grávida de gémeos que se encontrava no hospital, optando por transferir a mulher que acabou por morrer, "uma vez que se encontrava estável".

Já esta terça-feira, e na sequência do acontecimento, quatro responsáveis do Hospital de Santa Maria admitem que a unidade está com um número de grávidas acima do normal, ainda por cima num “momento de fragilidade” que é o verão. Mas também todos garantem que a obstetrícia e a neonatologia sempre se organizaram em rede, e que o sistema está a funcionar.

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