Miguel Sousa Tavares analisa o conflito israelo-árabe: "Não há inocentes aqui. Esta é uma guerra completamente suja, não há mãos limpas"
Miguel Sousa Tavares olha para o que se passa em Israel e tem poucas dúvidas: "Acho que não vai correr bem. Ou corre mal ou corre catastroficamente ". E correr catastroficamente "é a entrada de outros países na guerra, sobretudo o Irão, é o espalhar o conflito por outros países: acho que o Hamas quer isso, mas que Israel não quer, seria estúpido se quisesse", diz, no novo espaço de comentário, "5ª Coluna", no Jornal Nacional da TVI.
"Israel é hoje em dia governado por um governo sinistro, comandado por um tipo que não é recomendável, que não o seria em nenhuma democracia do mundo, e por um grupo de ortodoxos que são tão fanáticos no seu fanatismo religiosos quando os islamitas. E do outro lado temos o Hamas, que eu, que não sou político nem jornalista, posso chamar um movimento terrorista", afirma. Quer Netanyhau quer o Hamas "foram eleitos democraticamente, por isso as pessoas que os elegeram também são responsáveis pelo que está a acontecer. Não há inocentes aqui. Esta é uma guerra completamente suja, não há mãos limpas."
Neste espaço, além de analisar o conflito israelo-árabe, avalia as propostas do Governo no Orçamento de Estado para 2024 e dá a sua opinião sobre as ações do movimento Climáximo.
Esta foi a estreia deste espaço de comentário, que ocupará semanalmente, à quinta-feira, uma parte do Jornal Nacional. Dois anos depois de se ter despedido da TVI, o antigo jornalista confessa que sentiu saudades da televisão: "Eu disse que não voltaria ao jornalismo, e não voltei e não voltarei. Não disse que não voltaria à televisão e não estava nos meus planos. Mas começou a ficar um vazio, não tenho grande feitio para ir para o jardim jogar à sueca. De repente comecei a perceber que 24 horas por dia podia ser de mais", conta.
Além disso, sentiu que "na opinião emitida hoje em dia há uma grande parcialidade, uma falta de contraditório e que talvez eu pudesse preencher esse vazio". Mas deixa claro que não está aqui para criar polémicas, mas para fazer análises: "Não quero abalar nada, quero só estar lúcido".