Cidade de Lviv acorda com pelo menos três explosões ao 23º dia de guerra - o que aconteceu esta madrugada

18 mar 2022, 06:04
Pelo menos três explosões ouvidas na cidade de Lviv. Eis as imagens dos repórteres da CNN Portugal no local

O 23º dia da invasão da Rússia à Ucrânia começou com relatos de que o aeroporto de Lviv teria sido atacado, mas a hipótese não se confirmou. Antes disso, o presidente Zelensky disse que a Rússia não sabia o que a esperava e deixou um aviso aos novos recrutas: "Vai ser a pior decisão da vossa vida"

“Bom dia Ucrânia”: um grupo de soldados ucranianos começava a manhã ao som de um violino. O momento foi partilhado cerca das 4:30 locais pela página oficial das forças armadas ucranianas no Twitter e mostra um soldado a tocar o instrumento para os restantes colegas, que assistiam em silêncio. Entramos agora na quarta semana de guerra.

Entretanto, em Lviv, o som foi bastante diferente. A cidade no Oeste da Ucrânia acordou com o som das sirenes e de pelo menos três explosões, registadas cerca das 6:00 locais (4:00 na hora de Portugal Continental). As imagens dos correspondentes da CNN Portugal no local mostram uma coluna de fumo a emergir no horizonte. O autarca da cidade garantiu entretanto que as explosões afetaram um edifício junto do aeroporto internacional de Lviv, mas que o terminal não foi atacado. Segundo a mesma fonte, o edifício afetado será usado para reparação e manutenção de aviões.

Pelas 06:30 em Lisboa, houve também relato de uma explosão em Kiev, avança a agência Reuters. Por agora, não há mais informações sobre este eventual ataque.

Eis tudo o que precisa saber no início do 23º dia da invasão russa:

  • O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a acusar Vladimir Putin de ser "um ditador assassino" e "um bandido puro", durante um discurso no dia de São Patrício.

  • A Casa Branca anunciou que o presidente norte-americano vai conversar com o homólogo chinês, Xi Jinping, às 13:00 desta sexta-feira (horário de Lisboa) para discutir a invasão da Rússia à Ucrânia "e outras questões de interesse mútuo".
  • O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse no seu último discurso: "Os ocupantes pensaram que estavam a ir para a Ucrânia que tinham visto antes, em 2014-2015 - que corromperam e não tinham medo - mas agora somos diferentes". O presidente ucraniano disse ainda que a Rússia não sabia o que a esperava e que continua a não saber esperar, deixando um aviso aos novos recrutas: "Vai ser a pior decisão da vossa vida."
  • Também esta madrugada foi divulgado que um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China reuniu-se com o embaixador da Rússia na China para trocar opiniões sobre as relações bilaterais.
  •  A Organização Mundial da Saúde disse ter verificado 43 ataques a serviços de saúde na Ucrânia, que resultaram em 12 mortos e 34 feridos, incluindo profissionais de saúde. A OMS admitiu que a guerra está a ter "consequências devastadoras para a saúde do povo da Ucrânia; consequências que se repercutirão nos próximos anos ou décadas".
  • A Rússia estará a ser forçada a desviar "grandes números" de tropas para defender as suas cadeias de abastecimento, em vez de continuar os ataques na Ucrânia, acreditam os analistas dos serviços de inteligência britânica. O último relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido diz que os problemas logísticos, como falta de comida e água, continuam a assolar as tropas russas.
  • Os militares ucranianos alegam que a Rússia está a tomar medidas para "compensar a perda de pessoal à custa de estrangeiros", enquanto se prepara para um possível ataque a Kiev.
  • A produtora russa que protestou contra a invasão da Ucrânia, durante um noticiário da televisão estatal, diz que se vai despedir, mas não aceita a oferta de asilo por parte de França, considerando-se uma "patriota".
  • Mais de 320.000 cidadãos ucranianos regressaram ao país para combater desde o início da invasão, indicou o serviço de fronteiras da Ucrânia.
  • O Canadá vai oferecer aos ucranianos que fogem da invasão russa uma autorização de residência temporária até três anos.
  • O governo australiano impôs sanções a dois oligarcas russos que possuem ativos no país, além de sanções ao Ministério das Finanças da Rússia e 11 bancos e organizações governamentais.
  • Cerca de 130 pessoas foram resgatadas do teatro atingido por um ataque aéreo russo em Mariupol, no sul da Ucrânia, disseram as autoridades. Centenas de pessoas estavam escondidas na cave do edifício, que foi designado como abrigo para civis, quando este foi atingido na quarta-feira.
  • Cerca de 30.000 civis já fugiram da cidade de Mariupol, disseram autoridades locais. A autarquia Mariupol revelou que "80% das habitações residenciais foram destruídas" e cerca de 350.000 moradores estavam escondidos em abrigos e bunkers em Mariupol.
  • Pelo menos 20 pessoas morreram e 25 ficaram feridas quando um ataque aéreo russo destruiu uma escola e um centro comunitário em Merefa, perto da cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia.

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