Lagarde dá finalmente um sinal: vem aí uma descida das taxas de juro (desde que não haja surpresas)

16 abr, 16:52
Christine Lagarde (Associated Press)

Depois de cinco reuniões a manter a taxa de juro mais alta da história, próxima reunião deve trazer o primeiro alívio

A presidente do Banco Central Europeu deu esta terça-feira o primeiro grande sinal de que vem aí uma descida das taxas de juro, depois de mais de um ano dividido entre aumentos e manuntenções.

Em entrevista à CNBC, Christine Lagarde admitiu que, caso o curso atual se mantiver, as taxas poderão ser cortadas em breve. “Estamos a observador um processo desinflacionário que se gue de acordo com as nossas expectativas”, afirmou, à margem das reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Precisamos de construir um pouco mais de confiança neste processo desinflacionário, mas, se ele continuar de acordo com as nossas expectativas, se não tivermos um grande choque na sua evolução, estamos a caminhar para um momento em que temos de moderar a política monetária restritiva”, reiterou, falando num “tempo curto” para que essa primeira descida possa ocorrer. O que os mercados apontam é que isso possa acontecer já na próxima avaliação, em junho.

Isto sem nunca esquecer que o objetivo é chegar a uma inflação de 2%, algo que Lagarde admite que ainda pode significar um caminho acidentado, mas que está mais perto.

Para isso é preciso continuar a monitorizar “de muito perto” os preços do petróleo, nomeadamente com a crescente tensão no Médio Oriente, o que poderá fazer elevar os valores dos barris, até porque na região estão alguns dos maiores produtores mundiais, incluindo o Irão.

Apesar do ataque iraniano, como notou Lagarde, os preços do petróleo seguem “relativamente moderados”, o que dá um sinal positivo neste parâmetro.

As taxas diretoras do BCE estão há cinco reuniões (a última foi na semana passada) sem qualquer alteração, mantendo-se nos 4,5%, o valor mais alto da história. Apesar disso, deve demorar até voltarmos a atingir valores de 2022, quando esse valor não chegava sequer aos 1%.

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