Houve alguma recuperação do poder de compra segundo o INE
O salário médio dos trabalhadores portugueses aumentou 6,6% em 2023 em termos homólogos, tendo ultrapassado a fasquia dos 1.500 euros. Em termos reais — isto é, considerando o aumento dos preços –, o ordenado médio avançou 2,3% no último ano, o significa que houve alguma recuperação do poder de compra.
“Em 2023, a remuneração bruta total mensal média por trabalho aumentou em relação a 2022 para 1.505 euros (6,6%)”, indica o Instituto Nacional de Estatística, num destaque publicado esta quinta-feira.
No que diz respeito especificamente à componente base houve uma subida de 6,8%, para 1.143 euros. Já quanto à componente regular (que inclui, nomeadamente, subsídio de férias e subsídio de refeição), registou-se um salto de 6,6% para 1.216 euros, revela o gabinete de estatísticas.
E mesmo considerando a evolução dos preços, os salários dos portugueses aumentaram no último ano. Em concreto, em termos reais, o salário bruto médio subiu 2,3%, enquanto a componente base avançou 2,4% e a componente regular melhorou 2,2%.
Importa notar que em 2022 os ordenados também tinham crescido, em termos nominais, mas a inflação tinha sido tal que, em termos reais, os portugueses acabaram por perder poder de compra. “Em 2022, a remuneração total tinha diminuído 4,0% em termos reais”, lembra o INE. O ano de 2023 marca, portanto, uma inversão dessa tendência, significando alguma recuperação do poder de compra dos portugueses.
Salário médio termina o ano a subir quase 6%
Os dados divulgados esta manhã pelo INE permitem perceber também como se comportaram os salários especificamente no quarto trimestre de 2023: a remuneração bruta total mensal média aumentou 5,7% para 1.670 euros, enquanto a componente regular subiu 6% e componente base aumentou 6,3%.
“Em termos reais, tendo por referência a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total mensal média
aumentou 4,0% e as suas componentes regular e base aumentaram 4,2% e 4,5%”, sublinha o INE.
Mas nem todas empresas registaram o mesmo desempenho. Os maiores aumentos foram observados nas indústrias extrativas (10,0%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (6,5%), no setor privado (6,3%) e nas empresas de serviços de
mercado com forte intensidade de conhecimento (9,5%), dá conta o gabinete de estatísticas.
Estes resultados abrangem 4,7 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações.
(Notícia atualizada às 11h27)