Foi um dos maiores goledores portugueses das últimas duas décadas e tem uma explicação para a escassez de novos valores
João Tomás foi, sem qualquer dúvida, um dos melhores avançados portuguesesNa Académica, no final dos anos 90, a sua capacidade de finalização na área do adversário chamou a atenção dos principais emblemas e a transferência para o Benfica viria dar-se no ano 2000.
Passou ainda pelo futebol espanhol ( Bétis
No Rio Ave, na última passagem já depois da experiência nos Emiratos, continuou a somar golos e boas exibições entre os 35 e os 38 anos, um feito notável.
Os anos foram passando e a verdade é que, nas mais de duas décadas em que João Tomás atuou a bom nível, n ão apareceram muitos avançados portugueses com as suas características:
João Tomás não gosta muito do termo, mas enquadra a questão: «Não sei se é o mais correto dizer ponta de lança ou só avançado. Já ouvi das duas maneiras e isso não será o mais importante. Estamos a falar dos tipos que metem lá a bola lá dentro... E o que posso dizer é que não há milagres: é preciso treinar muito, treinar muito, treinar muito... As coisas não acontecem por acaso».
O exemplo dos desportos individuais
João Tomás dá o exemplo dos desportos individuais: «Um tenista, por exemplo. Para executar bem o serviço, treina milhares de vezes, certo? Ora, um avançado também o deve fazer. A questão é que, ao longo de um jogo, um tenista faz para aí 150, 200, 400 serviços. Um avançado terá quatro, cinco, seis oportunidades para marcar. Se tiver dez, já será um jogo fantástico. Por isso, tem que treinar muito bem esse momento, para estar preparado para aproveitá-lo».
Tentativa, execução; tentativa, execução...
O antigo goleador insiste: «Os nossos treinadores, equipas técnica, devem trabalhar mais esse aspeto. Tem que ser com muito treino, Tentativa, execução, tentativa, execução... Há rotinas que têm que ser adquiridas. A finalização requer técnicas que aplicam trabalho».
JOÃO TOMÁS