Ministério Público investiga detenções e alegadas agressões da PSP num supermercado no Porto

Agência Lusa , CNC
24 ago 2023, 12:00
PSP (Foto: Facebook PSP)

A apresentação de queixa por ofensa contra a integridade física contra o agente da PSP foi confirmada por essa autoridade no Porto, que adiantou que a mulher foi assistida por uma ambulância no local.

O Ministério Público está a investigar o episódio que ocorreu na semana passada num supermercado de Cedofeita, no Porto, e que resultou em duas detenções e numa queixa contra um polícia, revelou esta quinta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Os factos em referência, bem como a queixa a que alude, cuja receção se confirma, encontram-se em investigação no DIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal] do Porto”, refere a PGR em resposta à agência Lusa.

Em causa está um alegado furto que ocorreu no dia 15, pelas 17:00, num supermercado Pingo Doce localizado na freguesia de Cedofeita, no concelho do Porto.

À Lusa, no dia 17, o Comando Metropolitano da PSP do Porto confirmou que foi detido um homem de 41 anos, residente no Porto, “acusado de ter passado as linhas de caixa sem pagar produtos de beleza no valor de 40 euros”, material que terá “escondido” na mochila.

“O gerente [do supermercado] e o vigilante fizeram a entrega do homem sob deteção. Vários cidadãos tentaram impedir que o homem fosse detido”, descreveu fonte da PSP.

Além da detenção do suspeito de furto, foi detida uma mulher de 28 anos, residente em Vila Nova de Gaia, por “resistência e coação a agente de autoridade”.

Na sequência do acontecimento, uma outra mulher, de 31 anos, residente no Porto, apresentou queixa de um agente da PSP por "ofensa à integridade física" na esquadra de Cedofeita, disse a própria à Lusa, acrescentando que "se recusaram a dar a identidade do polícia agressor".

A apresentação da queixa contra o agente da PSP foi também confirmada pela PSP do Porto, que adiantou que a mulher foi assistida por uma ambulância no local.

No relatório hospitalar do Hospital dos Lusíadas onde Inês Rodrigues, autora da queixa contra o polícia, se dirigiu lê-se: “vítima de agressão por cassetete de polícia [que] resulta [em] hematoma nas nádegas e no terço inferior da face posterior da coxa e escoriação da face anterior do punho esquerdo”.

No dia 16, Inês Rodrigues foi ao Instituto de Medicina Legal, mas o relatório foi enviado diretamente para o Ministério Público, onde esta se dirigiu no dia seguinte para apresentar nova queixa, tendo sido informada que a feita na PSP é suficiente e que será em breve chamada para prestar declarações.

O Comando Metropolitano da PSP do Porto avançou que pediu já ao estabelecimento comercial da cadeia Jerónimo Martins que sejam preservadas as imagens de videovigilância.

Já o grupo Jerónimo Martins, também em resposta à Lusa, garantiu que “não foi cometida nenhuma agressão por parte do vigilante de serviço naquele Pingo Doce ao senhor que foi surpreendido a furtar produtos de higiene pessoal na loja”.

Na terça-feira, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) anunciou que abriu um inquérito “destinado a apurar as circunstâncias e consequências da atuação de elementos da PSP junto, ou no interior do supermercado Pingo Doce, em Cedofeita (Porto), e das quais terão resultado lesões físicas em, pelo menos, uma cidadã”.

Relacionados

Crime e Justiça

Mais Crime e Justiça

Mais Lidas

Patrocinados