Avançado argentino é um verdadeiro «globetrotter»: sétimo país e 12º clube que representa.
Argentina, Paraguai, Equador, Sérvia, China, Brasil e...Portugal. Esta é a sétima paragem de Hernán Barcos, numa carreira que é uma verdadeira volta ao mundo.
O avançado, que agora chega ao reino do Leão, começou a carreira no seu país Natal, no Racing, andou aos saltos pela América do Sul, visitou duas vezes a China e agora chega a Portugal, naquela que será a sua segunda passagem pela Europa.
Barcos é um «9», um homem de área, um goleador e a sua carreira resume-se aos golos que marcou em todos os clubes e que Bruno de Carvalho e Jorge Jesus esperam que o argentino repita de leão ao peito.
Este será o substituto de Slimani e nunca o parceiro ideal para o argelino, já que as suas características estão longe de ser parecidas com as de Téo, Montero e...Bryan Ruiz.
Há só um pormenor importante a reter: Barcos não joga desde 31 de outubro de 2015 e por isso vai precisar de ganhar ritmo e minutos para chegar à sua melhor forma.
Aos 31 anos, o Sporting será o 12º clube do ponta de lança, que gosta pouco de brincadeiras. Veja a forma como o jogador reage a uma provocação de um jornalista que o compara ao músico brasileiro, Zé Ramalho. Estava ao serviço do Palmeiras há menos de 15 dias.
Dentro de campo, Hernán Barcos também é assim, «El Pirata» nunca entra para brincar e o golo é sempre o foco. Naquele estilo tipicamente argentino, de intensidade máxima e incansável na luta entre os centrais. Este é a sua imagem de marca e nunca a mudou apesar dos diferentes futebóis em que jogou.
Olhemos então para as estatísticas.
No último ano, Barcos representou o Tianjin Teda com 15 golos marcados em 29 partidas, sendo que todos os tentos foram marcados até 15 de agosto, a data do seu último festejo. Esta ponta final de época no país oriental foi negativa e o argentino leva uma seca de sete jgoos sem marcar.
A transferência para os chineses deu-se no mês de fevereiro, por isso Barcos ainda realizou um jogo pelo Grémio, no campeonato gaúcho. Foi o jogo de despedida pelo clube brasileiro e saiu em grande: dois golos no triunfo por 3-0 frente ao União Frederiquense.
Este jogo ditou o adeus a um clube que representou durante dois anos e com registos bastantes interessantes, sobretudo na segunda época, numa equipa que foi comandada por Luiz Felipe Scolari. Neste segundo ano ao serviço do Grémio marcou 29 golos nos 54 encontros que disputou. Em ano de estreia marcou 15 golos em 57 partidas, numa equipa em que dividia a frente de ataque com Eduardo Vargas e Marcelo Moreno.
O Grémio foi o segundo clube brasileiro que representou já que em 2012 tinha alinhado pelo Palmeiras, pelo qual marcou 28 golos em 55 jogos, e venceu a Copa do Brasil. (no ano de 2013 ainda jogou seis vezes pelo Verdão e marcou três golos)
O LDU do Quito foi o emblema que lhe deu o passaporte para o ingresso no Brasileirão. Fez também 55 jogos e marcou... 32 golos em 2011. Mas a chegada a este clube equatoriano foi ainda em agosto de 2010 para jogar na parte final da temporada: nove jogos, seis golos.
Um périplo de empréstimos do Racing
Antes de todas estas viagens por Brasil, Equador e China, Barcos tinha já corrido o mundo através de empréstimos do Racing.
O avançado surgiu em 2004 na equipa principal dos argentinos e fez três jogos, sem conhecer o sabor do golo. Tinha 20 anos na altura.
No ano seguinte foi emprestado ao Guarani do Paraguai e logo ali começou a demonstrar a sua vertente goleadora com 12 golos em 29 partidas. Em 2007 novo empréstimo e desta vez para o Olmedo, do Equador, e superou as expectativas com 22 golos em 43 partidas.
Foi aqui que a Europa começou a olhar para ele e Barcos entraria no «velho continente» pela porta do Estrela Vermelha de Belgrado a meio da época de 2007/08. Não foi bem sucedido e marcou apenas três golos (em 21 jogos), mas mesmo assim foi campeão sérvio.
Regressou à América do Sul e na segunda metade de 2008 o Racing voltou a emprestá-lo. Desta vez ao Hurácan, clube no qual marcou somente três golos em 17 jogos. Guia de marcha para voltar e novo empréstimo.
O oriente foi o destino para vestir a camisola do Shanghai Greenland e repetiu os três golos dos últimos dois clubes desta vez em 14 jogos. Ficou apenas meia época neste conjunto e rescindiu a cedência para ser emprestado ao Shenzhen Ruby. Aqui sim, Barcos brilhou no futebol chinês com 14 golos em 14 encontros.
Este foi o último empréstimo do jogador que foi vendido pelo Racing ao LDU Quito com o sucesso já descrito em cima.
O capítulo seleção: 4 internacionalizações, metade com o Brasil
Hernán Barcos é internacional argentino por quatro vezes, sem qualquer golo marcado. Estreou-se em setembro de 2012 frente ao Brasil, num amigável, que a Argentina perdeu por 2-1. Após isso, foi suplente utilizado em dois jogos de qualificação para o Mundial 2014 (contra Uruguai e Chile) e titular em novo particular com a «canarinha», a 22 de novembro do mesmo ano. Neste jogo a sua seleção venceu por 2-1.
A estes quatro jogos entre setembro e novembro de 2012 se resumem as internacionalizações de Barcos, que nunca mais foi escolha para nenhum selecionador. Diga-se que a concorrência não era fácil de ultrapassar: Messi, Higuaín, Tevez, Lavezzi, Aguero, Palacio...
«El Pirata» é agora «leão» e quer deixar uma imagem melhor na Europa do que a que demonstrou na Sérvia. Pelo menos os adeptos do Sporting assim esperam.
Números:
2015
Tianjin Teda (29 jogos/ 15 golos)
Grémio (1 jogo/ 2 golos)
2014
Grémio (54 jogos/ 29 golos)
2013
Grémio (57 jogos/ 14 golos)
Palmeiras (6 jogos/ 3 golos)
2012
Palmeiras (55 jogos/28 golos)
2011
LDU Quito (55 jogos/ 32 golos)
2010
LDU Quito (9 jogos/ 6 golos)
2009
Shenzhen Ruby (14 jogos/ 14 golos)
Shanghai Greenland (14 jogos/ 3 golos)
2008
Huracán (17 jogos/ 3 golos)
2007/2008
Estrela Vermelha de Belgrado (21 jogos/ 3 golos)
2006/07
Olmedo (43 jogos/ 22 golos)
2005
Guarani (30 jogos/12 golos)
2004
Racing (3 jogos/ 0 golos)
