Azuis de luz apagada para as vitórias
«Quando estou em casa, no quarto às escuras, consigo ir para outra divisão sem ligar a luz».
De luz apagada e de olhos fechados em casa alheia, o Belenenses voltou a tropeçar. E mantém-se estatelado abaixo da linha de água.
Perdeu diante de um Tondela que se sentiu sempre mais confortável e que conquistou com toda a naturalidade a primeira vitória fora de portas e a segunda consecutiva no campeonato.
Na antevisão à partida, Petit lamentara a necessidade de jogar mais uma vez longe do Jamor, que tem sido a casa do Belenenses, mas que está em obras. O técnico disse faltarem as referências à equipa que é obrigada a jogar sempre fora da zona de conforto e lançou a frase que abre estas linhas.
Confirmou-se. O Belenenses andou sempre aos apalpões, foi deitado abaixo logo a abrir e nunca encontrou a luz que poderia conduzir à primeira vitória no campeonato.
O cenário final começou a compor-se logo aos quatro minutos com o golo de Pedro Augusto. Um golo que libertou o Tondela de qualquer pressão que pudesse sentir por ter apenas seis pontos.
Daí para a frente, os homens de Pako Ayesterán controlaram todos os momentos diante de um Belenense apático e adormecido que não mostrou reação na primeira parte.
Fê-lo no segundo tempo, quando mostrou outra cara, mas as mesmas dificuldades para encontrar o caminho para a baliza do Tondela.
É verdade que o Belenenses conseguiu ameaçar Trigueira, sobretudo por Safira, mas sempre de forma algo desligada e não teve capacidade para encostar o adversário ou sequer deixá-lo desconfortável na partida.
Por isso, quando Murillo fez o 2-0 aos 65 minutos, já depois de Petit ter abdicado de um médio defensivo para lançar o avançado Camará, percebeu-se que a reação do Belenenses iria perder-se. O que aconteceu.
São já oito jogos e zero vitórias para a equipa de Petit. Convém que haja reação rapidamente, sob pena de a luz da Liga se apagar e o Belenenses ir para «outra divisão».