Presidente do Belenenses pede abertura de inquérito judicial à SAD

2 mai 2017, 18:34
8º Estádio do Restelo, Belenenses. Média na Liga 2016/17: 4.098 espectadores.

Em causa os resultados do Relatório e Contas do exercício de 2015/16 da sociedade liderada por Rui Pedro Soares. Patrick Morais de Carvalho entende haver «falta de clareza e profundidade»

O presidente do Belenenses vai pedir a abertura de um inquérito judicial ao Relatório e Contas do exercício de 2015/16 da SAD do clube, que foi apresentado e discutido nesta terça-feira em Assembleia-Geral da sociedade liderada por Rui Pedro Soares.

«O clube votou contra as contas, reserva-se ao direito de impugnar judicialmente as deliberações desta AG e reserva-se no direito de recorrer a um inquérito judicial às contas, a interpor num tribunal comum. O clube irá seguir as indicações dos advogados têm defendido o clube e é entendimento do clube de que devemos pedir um inquérito judicial às contas, para obter uma certeza do que se passa", referiu Patrick Morais de Carvalho aos jornalistas em declarações no final da AG.

O presidente do Belenenses entende haver «falta de clareza e profundidade» nos documentos que foram apresentados pela SAD aos acionistas, entre os quais o clube.

«Há um valor de 1,7 milhões de euros a título de acréscimos de rendimento e nós não conseguimos compreender as operações adjacentes a esse valor, que tem impacto direto no exercício. O exercício registou um resultado positivo de 900 mil euros - 600 depois de impostos - mas estes 1,7 ME estão encavalitados na receita e, se os retirássemos da receita, o resultado seria amplamente negativo», apontou o dirigente.

Patrick Morais de Carvalho disse ainda estar preocupado com o aumento do passivo global da SAD, de 8,5 para 9,9 milhões de euros. E justificou: «Trata-se de um ano em que se registaram aumentos de 32,5 por cento nas receitas de televisão, em que tivemos as receitas da Liga Europa, vendemos os direitos desportivos e económicos do Deyverson e do Dálcio, e os pagamentos aos credores da SAD estavam suspensos, em virtude de o Processo Especial de Revitalização [PER] ainda estar a ser negociado», referiu.

Cepticismo não partilhado pelo presidente da SAD dos azuis, Rui Pedro Soares, que falou num «ano excecional» que contribuiu para «mais um passo no sentido da estabilização financeira e credibilização» da sociedade. «As contas foram aprovadas com mais de 75% dos votos na AG. Estou muito contente com isso», disse aos jornalistas.

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