Países árabes elaboram plano para pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas através da criação do Estado palestiniano

18 jan, 22:49
Benjamin Netanyahu (EPA/RONEN ZVULUN)

A iniciativa do mundo árabe surge numa altura em que Israel enfrenta cada vez mais pressões internacionais para pôr fim à ofensiva na Faixa de Gaza, sobretudo por parte dos Estados Unidos, que tem intensificado os esforços diplomáticos nesse sentido

Os países árabes estão a desenvolver um plano para pôr fim ao conflito entre Israel e o Hamas que estabelece que os países do Ocidente reconheçam formalmente o Estado palestiniano.

De acordo com o Financial Times, o plano está a ser discutido com os líderes ocidentais, nomeadamente com os Estados Unidos e Europa, que, nos termos deste plano, devem concordar em reconhecer o Estado palestiniano ou apoiar a adesão plena dos palestinianos às Nações Unidas. "A verdadeira questão é que é preciso dar esperança aos palestinianos, não pode ser apenas benefícios económicos ou a retirada de símbolos da ocupação”, indicou um alto funcionário árabe citado pelo jornal norte-americano.

Em troca, e se Israel concordar com este plano, a Arábia Saudita compromete-se "a oferecer a Israel a normalização das relações", escreve o Financial Times.

A iniciativa do mundo árabe surge numa altura em que Israel enfrenta cada vez mais pressões internacionais para pôr fim à ofensiva na Faixa de Gaza, sobretudo por parte dos Estados Unidos, que tem intensificado os esforços diplomáticos nesse sentido. Ainda esta quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reiterou a necessidade de um Estado palestiniano independente e garantiu que, para isso, a ajuda de Israel é essencial.

Na terça-feira, o ministro saudita dos Negócios Estrangeiros defendeu que um acordo para a paz no Médio Oriente tem de "incluir a paz para Israel". "Mas isso só pode acontecer com a garantia da paz para os palestinianos, através de um Estado palestiniano", sublinhou, num painel do Fórum Económico Mundial em Davos.

Apesar dos esforços de todas as partes, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deixou claro que é contra a criação de um Estado palestiniano em qualquer cenário pós-guerra, rejeitando a solução de dois Estados que tem sido defendida pelo mundo ocidental. Em dezembro passado, Netanyahu disse mesmo estar "orgulhoso" por ter não ter "cedido às pressões internacionais" para a criação de um Estado palestiniano.

De acordo com o Financial Times, a Arábia Saudita estava perto de estabelecer relações diplomáticas com Israel antes do ataque do Hamas de 7 de outubro, em troca de os EUA concordarem com um pacto de segurança e apoiarem o desenvolvimento das ambições nucleares de Riade.

Além do reconhecimento do Estado palestiniano por parte do Ocidente, os líderes norte-americanos e sauditas discutiram também o congelamento da expansão dos colonatos israelitas na Cisjordânia, o reforço do apoio à Autoridade Palestiniana, que controla uma parte limitada do território ocupado, e o estabelecimento de uma via para uma solução de dois Estados.

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