Presidente russo sustenta que o Ocidente iria avançar com sanções mesmo que não tivesse invadido a Ucrânia
O presidente russo Vladimir Putin disse esta quinta-feira que a Rússia vai acabar por emergir mais forte e independente após superar as dificuldades causadas pelo que designou "sanções ilegítimas" do Ocidente.
Putin disse que não havia alternativa ao que a Rússia chama "operação militar especial na Ucrânia": argumentou que é uma questão de soberania russa e que isso se impunha aos danos que as sanções ocidentais pudessem provocar. "Essas sanções teriam sido impostas em qualquer caso", disse Putin numa reunião do governo russo.
A mesma reunião serviu também para anunciar a resposta às sanções económicas ocidentais, que o lado russo vê como “uma declaração de guerra". O governo russo estabeleceu uma lista de bens cuja exportação vai ser proibida e que inclui mais de 200 itens - entre “tecnológicos, telecomunicações, equipamentos médicos, veículos, máquinas agrícolas, equipamentos elétricos”, além de “vagões e locomotivas, contentores, turbinas, metais e máquinas de processamento de pedra, monitores, projetores, consolas e painéis”.
“A exportação destes bens está temporariamente limitada a todos os países estrangeiros, com exceção dos Estados da União Económica da Eurásia (EAEU), Abkhazia e Ossétia do Sul”, esclareceu ainda o governo russo.
Além disso, a Rússia vai suspender as exportações de trigo, centeio, cevada e milho para a União Económica Euroasiática até 31 de agosto, com o objetivo de garantir o abastecimento do seu mercado interno, avança a Reuters, citando o ministro da Economia russo.