Belenenses-Vit.Guimarães, 2-1 (destaques)

15 dez 2001, 17:54

A eficácia contra as distracções Com Marcão em dia sim, o que o Guimarães menos precisava era de uma equipa em dia não.

Marcão

Eficácia impressionante do ponta-de-lança do Belenenses, a aparecer no sítio certo no momento certo. Foi assim logo aos sete minutos, colocando a sua equipa numa vantagem importante, que lhe permitiu jogar com tranquilidade. Brilhante o trabalho do segundo golo, na escolha do momento e do sítio para a desmarcação, o que a juntar ao grande passe de Filgueira foi meio caminho andado para um grande golo. Para além disso, tabelou muito bem no meio-campo, ganhando faltas, sendo o pivot do contra-ataque e dando a Cléber uma tarde complicada no regresso ao Restelo. Foi mais discreto no segundo tempo, mas aí a grande preocupação dos azuis era mesmo segurar a vantagem que ele próprio tinha construído. 

César Peixoto

Um pé esquerdo daqueles vale ouro. Decidido, veloz, César Peixoto assumiu-se como elemento desequilibrador do ataque local, jogando no centro, nas costas de Marcão, mas deambulando por todo o lado, à procura do local certo para criar superioridade numérica. Foi assim logo aos sete minutos, aparecendo nas costas de Abel e caminhando sozinho para a baliza no primeiro golo. E nas bolas paradas assume-se como uma ameça constante, dando mais um passo para se assumir como imprenscindível da equipa, ele que na época passada andava pelos Caçadores das Taipas. 

Os velhos centrais

Mais irregulares este ano, Wilson e Filgueira mostraram diante do V.Guimarães a classe que fez deles - ainda faz - uma das melhores duplas de centrais do campeonato português. Wilson surgiu sempre no caminho da bola, falhando apenas num lance, quando não conseguiu o desarme a Ceará - lance que custou o golo do Vitória. Filgueira teve muito trabalho na marcação a Ceará, mas levou quase sempre a melhor. E num dos lances em que roubou a bola ao avançado brasileiro caminhou pelo campo para assistir Marcão para o segundo golo. Quase marcou, também, na segunda parte, mas Palatsi negou-lhe o golo com uma defesa fabulosa. 

Palatsi

Cedo em desvantagem, o Vitória teve no seu guarda-redes um grande líbero. Palatsi saíu muitas vezes da sua área para anular contra-ataques do Belenenses e entre os postes esteve seguríssimo, com um punhado de boas intervenções, a maior das quais a um remate de Filgueira que foi buscar junto ao poste. Tudo o que podia fazer fez. Sofreu dois golos, mas sem hipóteses, cotando-se como o melhor da sua equipa. 

Bom futebol e distracções

O Vitória trocou a bola, jogou com serenidade quando podia ter acusado os golos, procurou um bom resultado, fez o que podia para achar o golo, mas perdeu. Falhas defensivas e não só tiveram custos numa exibição paradoxal. Cléber alternou grandes cortes com falhas invulgares, Rogério Matias começou bem mas foi expulso de forma infantil, Ceará deu muito trabalho a Filgueira mas perdeu mais do que ganhou e falhou uma grande oportunidade de golo, Nuno Assis fez uma óptima primeira parte mas foi pouco incisivo e depois apagou-se. Contas feitas, ficou provado que o Guimarães tem futebol de qualidade - mas nem todas as tardes são boas e a do Vitória no Restelo será para não repetir.

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